
Ribeira Grande, 20 Nov (Inforpress) – O Orfeão da Ribeira Grande, Santo Antão, vai realizar no próximo dia 29 de Novembro, a primeira “Grande Noite de Morna”, iniciativa que, segundo a direcção, marcará o relançamento do grupo coral no panorama cultural local.
Em declarações à imprensa, o membro da direcção, Homero Fonseca, explicou que os preparativos estão em andamento e que o evento nasce da vontade de criar uma actividade de referência dedicada ao género musical classificado como Património Imaterial da Humanidade.
“É a nossa primeira edição deste grande evento, que queremos iniciar agora e passar a realizar todos os anos aqui na Ribeira Grande”, afirmou, acrescentando que os ensaios já começaram e que vários artistas convidados já confirmaram presença.
A “Grande Noite de Morna” terá lugar na Rua Pedonal da Rua d’Água, e contará com artistas locais e intérpretes de outras ilhas, apoiados pelas respectivas câmaras municipais.
“Temos participação assegurada da Boa Vista e de São Nicolau, concretamente da Ribeira Brava, e aguardamos a confirmação da Câmara Municipal do Sal, a quem solicitámos um artista”, avançou.
Segundo Homero Fonseca, o palco está já definido e a direcção reúne-se ainda hoje para ultimar os detalhes logísticos.
Para aquele responsável, esta estreia assume também um carácter simbólico, por representar um contributo para a preservação e valorização da Morna.
“Será uma grande noite de Morna, uma actividade inédita, que acreditamos ser pioneira a nível nacional. Por isso decidimos chamá-la precisamente assim, porque é isso que ela será”, frisou.
Criado em 2010, o Orfeão da Ribeira Grande integrou eventos nacionais de referência, como o Festival Sete Sóis Sete Luas e o Festival Coral Praia, organizado pelo Orfeão da Praia.
No entanto, Homero Fonseca reconheceu que o grupo tem estado menos activo nos últimos anos.
“A existência de grupos corais não é muito frequente, e como não abundam actividades deste género, temos de ser nós a organizá-las. Este evento será também um relançamento do Orfeão”, observou, lembrando que o grupo mantém apenas a sua actuação religiosa, cantando na missa.
Entre os principais desafios, a mesma fonte evidenciou o financiamento, uma vez que o espaço escolhido para o evento não permite a instalação de bilheteira, obrigando à gratuidade e, consequentemente, à dependência de patrocínios.
“A grande questão prende-se com os patrocínios. Sem eles torna-se extremamente complicado, sobretudo quando o espaço não permite ter bilheteira”, salientou.
Apesar das dificuldades, a direcção acredita que esta primeira edição será o ponto de partida para um evento cada vez mais consistente.
“A ideia é assumir esta actividade com regularidade e, a partir de agora, começar a trabalhar com maior antecedência, captar mais patrocínios e alargar o evento”, perspectivou.
LFS/ZS
Inforpress/Fim
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