
Pedra Badejo, 20 Nov (Inforpress) – O Presidente da República (PR) destacou hoje em Santa Cruz, a actuação rápida das autoridades locais e nacionais no apoio às populações afectadas pelas chuvas torrenciais de 13 de Novembro que provocaram danos significativos em vários municípios da região Santiago Norte.
No último dia da sua visita de três dias a Santiago Norte, José Maria Neves, reconheceu a intervenção rápida para acudir às populações afectadas pelas chuvas que provocaram danos, sobretudo em explorações agrícolas e criações de gado.
Segundo o Presidente, a situação se caracteriza por três aspectos principais, em que o primeiro passa pelos prejuízos de grande dimensão suportados por agricultores e criadores, que viram propriedades e produções atingidas pela força das enxurradas.
O segundo ponto refere-se à resposta imediata das câmaras municipais, seguidas pela entrada célere do Governo, que até já colocou equipas técnicas do Ministério da Agricultura e Ambiente a trabalhar directamente no terreno, medindo estragos e recolhendo dados essenciais para orientar o processo de recuperação.
O terceiro aspecto, de acordo com o Chefe do Estado, prende-se com a necessidade urgente de repensar o planeamento do desenvolvimento urbano e rural, tendo em conta a recorrência de fenómenos extremos como secas prolongadas e chuvas intensas.
José Maria Neves defendeu intervenções estruturais, incluindo drenagem de ribeiras, construção de banquetas e diques, arborização e um novo olhar sobre o ordenamento das bacias hidrográficas, para tornar os territórios mais resilientes perante os impactos das mudanças climáticas.
Apesar dos estragos, o Presidente sublinhou que as chuvas também trouxeram “ganhos importantes” para a capacidade de armazenamento hídrico do país.
Três barragens transbordaram – Principal, Flamengos e Figueira Gorda –, enquanto Faveta ficou com uma boa quantidade de água e Poilão encontra-se a cerca de dois metros do limite.
O chefe de Estado destacou que, graças às barragens, a água foi retida e evitou danos maiores, apontando que, se não fosse a de Figueira Gorda, Justino Lopes poderia ter enfrentado um cenário mais grave.
Para além disso, lembrou que o reforço das reservas traz consigo benefícios adicionais, como a dessalinização de poços e o recarregamento dos lençóis freáticos, podendo traduzir-se em disponibilidade acrescida de água nos próximos anos.
José Maria Neves deixou ainda uma mensagem de união e confiança, sublinhando que o povo cabo-verdiano tem experiência acumulada no enfrentamento de longos períodos de seca e cheias intensas muito antes da crise climática se tornar um tema global.
Contudo, afirmou, o país deve reconstruir com maior solidez, apostar em infra-estruturas mais robustas e adaptar-se continuamente aos novos desafios impostos pela evolução climática, garantindo maior protecção das comunidades e zonas agrícolas.
Neste último dia da visita presidencial a Santiago Norte, o programa incluiu deslocações a municípios como São Salvador do Mundo, São Lourenço dos Órgãos e Santa Cruz, com passagem por infra-estruturas estratégicas como as barragens de Faveta, Mato Limão, Jalalo Ramos, Poilão e Figueira Gorda, além de visitas a localidades afectadas, como Ribeira Seca, Ribeirão Almaço, Ribeira dos Picos e Ribeira Cumba.
MC/ZS
Inforpress/Fim
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