Assomada, 19 Jul (Inforpress) – Um grupo de médicos, enfermeiros e profissionais de saúde do Hospital Regional Santa Rita Vieira (HRSRV) em Santa Catarina recebe uma formação para implementar a Via Verde (VV) do Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Em declarações à Inforpress, a directora do Serviço Neurologia do Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN), Albertina Lima, explicou que o objectivo principal desta formação é chamar a atenção para o AVC, também conhecido como derrame ou trombose.
Conforme recordou, o AVC é uma doença dos vasos sanguíneos, cerebrais, é a principal causa de morte no país há mais de 10 anos, mas, alertou que 90 por cento (%) dessa doença pode ser prevenida e tratável, tratando a hipertensão, a obesidade, diabetes, evitar o uso do álcool e outras drogas ilícita, prática de exercício físico, entre outros estilos de vida saudável.
Aos profissionais de saúde reunidos na sala do Gabinete Técnico da Região Sanitária Santiago Norte, avançou que estão a alertá-los e mostrar-lhes que existe um tratamento em vários países do mundo há mais de 30 anos que minimiza os impactos e efeitos da trombose.
Segundo esta responsável, o tratamento é a trombólise, que é realizada através da Via Verde do AVC, que consiste na aplicação de um medicamento por veia venosa, mas que deve ser aplicada em até quatro horas e meia do AVC isquémico.
“É possível realizar este tratamento. Nós já iniciamos este tratamento no HUAN e queremos que este tratamento benéfico para o doente com a AVC isquémico seja possível em outras estruturas de saúde de Cabo Verde”, disse, reforçando que se o paciente com AVC chegar a tempo no hospital e for feito este tratamento, caso for AVC isquémico, o coágulo que se forma dentro do vaso sanguíneo é destruído e o doente poderá sair do hospital sem déficit, sem nenhuma paralisia ou com uma paralisia que lhe deixe com menos sequela.
Este tratamento foi implementado no HUAN em Junho de 2022 e segundo a médica, o resultado é bastante positivo, tendo até esta data realizado 22 trombólises e mais de 40% dos doentes ficaram sem sequelas ou com sequelas mínimas.
Com este resultado, explicou que o doente poderá levar a sua vida normal, faz menos fisioterapia, menos fonoterapia, terá uma adaptação após a sua doença de uma forma mais rápida e que traz benefícios para o doente, para os familiares e para a sociedade.
Sobre as acções de formação para a implementação do tratamento, avançou que a mesma já foi feita em outras estruturas de saúde, nomeadamente em São Vicente, na ilha do Sal, ilha do Fogo, justificando que a mesma está a ser feita onde é possível ter acesso à tomografia.
Por seu turno, a presidente do conselho de administração (PCA) do HRSRV, Ludmilde Pina, realçou que o AVC isquémico constitui 80 % dos AVCs e constituem uma causa de morbi-mortalidade significativa a nível mundial e que a Região Norte da ilha de santiago, à semelhança do que acontece a nível nacional, não foge a regra.
E tendo em conta os benefícios do tratamento o HRSRV, em articulação com o serviço de Neurologia do HUAN, iniciou esse processo de implementação, que consiste num diagnóstico rápido (clínico e radiológico) e início da medicação ALTEPLASE em tempo útil.
E a partir de hoje, além da formação teórica e prática, que depois vai ser replicada na região, o HRSRV passa a ter a disponibilidade da medicação para trombólise e realização de TAC crânio em “tempo ouro”, que segundo esta dirigente é “mais um ganho para os utentes do HRSRV”.
MC/CP
Inforpress/Fim
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