Santa Catarina: Especialistas apelam ao apoio familiar para doentes mentais e ao combate ao estigma

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Santa Catarina: Especialistas apelam ao apoio familiar para doentes mentais e ao combate ao estigma
10/10/24 - 01:33 am

Assomada, 10 Out (Inforpress) – A psicóloga clínica da delegacia de Saúde de Santa Catarina de Santiago e um sociólogo apelaram hoje à comunidade para um maior apoio familiar aos doentes mentais e ao combate ao estigma que envolve esta questão.

Em declarações à Inforpress no âmbito do Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado a 10 de Outubro, ambos os especialistas, Maria Nascimento Semedo e Henrique Varela, reforçaram a importância do papel dos familiares no processo de tratamento e reabilitação de pessoas com transtornos mentais.

Maria Nascimento Semedo explicou que, embora existam grupos considerados mais vulneráveis, qualquer pessoa pode desenvolver uma perturbação mental em algum momento da vida, especialmente quando enfrenta situações adversas ou tem predisposição genética.

Dessa forma, o acompanhamento e suporte familiar tornam-se “essenciais” para identificar sinais iniciais e garantir que o paciente receba o tratamento necessário.

A psicóloga sublinhou que a delegacia de Saúde tem promovido sessões de sensibilização e capacitação para os familiares durante as consultas programadas, visando orientá-los sobre o seguimento do tratamento, a supervisão correcta em casa e o uso adequado de medicamentos.

A mesma fonte destacou ainda que para transtornos mais graves, como a esquizofrenia, “o desafio é ainda maior”.

Entretanto, reforçou que o apoio contínuo da família e a orientação médica adequada são factores determinantes para que o doente consiga manter uma vida equilibrada e integrada na sociedade.

“Uma pessoa com esquizofrenia que segue o tratamento correctamente, com suporte familiar e apoio médico, pode ter uma “vida normal”. No entanto, se os familiares não souberem como lidar com a situação, o desgaste emocional será grande para ambos os lados”, alertou a psicóloga.

Por sua vez, o sociólogo Henrique Varela destacou que a família é o primeiro ponto de apoio para qualquer doente mental, sendo fundamental oferecer acolhimento e protecção.

“Quem ama cuida e busca o tratamento adequado para o familiar que está a passar por algum transtorno psicológico”, afirmou Varela, enfatizando que a doença mental deve ser tratada como qualquer outra, sem estigmatização ou preconceito.

Segundo o sociólogo, cuidar da saúde mental é indispensável para garantir uma vida mais equilibrada e gratificante.

Segundo os especialistas, as iniciativas promovidas pela Delegacia de Saúde de Santa Catarina, como as sessões de esclarecimento e capacitação, demonstram que a saúde mental é uma preocupação que vai além do paciente, abrangendo todo o seu círculo social e familiar.

E a mensagem deixada pelos especialistas é clara: “o cuidado com a saúde mental deve ser contínuo e permanente, assim como o cuidado com a saúde física, e deve envolver toda a comunidade para combater o estigma e garantir uma melhor qualidade de vida para os doentes mentais e seus familiares”.

MC/HF

Inforpress/Fim

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