Assomada, 09 Out (Inforpress) – A Delegacia de Saúde, em parceria com a delegação de Educação, tem intensificado os esforços para capacitar professores e alunos no reconhecimento e encaminhamento de casos de distúrbios emocionais e comportamentais dentro das escolas.
Esta informação foi avançada à Inforpress pela psicóloga clínica responsável da delegacia de Saúde de Santa Catarina de Santiago, Maria Nascimento Semedo, explicando que esta iniciativa visa promover um ambiente escolar mais acolhedor e saudável, identificando precocemente sinais de alerta e oferecendo apoio adequado a crianças e adolescentes que apresentem dificuldades emocionais.
A psicóloga explicou que no âmbito das actividades de sensibilização e promoção da saúde mental, a delegacia de Saúde tem intensificado o trabalho em parceria com o sistema educativo para capacitar professores e alunos no reconhecimento e encaminhamento de casos de distúrbios emocionais e comportamentais dentro das escolas.
Ssegundo a mesma fonte, os docentes têm papel “importante” na identificação precoce de sinais de alerta em crianças e adolescentes, sobretudo no início do ano lectivo, quando os alunos começam a se adaptar à nova rotina escolar.
Neste sentido, têm sido capacitados em primeiros socorros psicológicos, que são técnicas para lidar com situações emergentes de saúde mental e proporcionar um encaminhamento adequado dos casos.
Essas formações, segundo a responsável, ajudam os professores a identificar sinais de automutilação, tristeza profunda, alterações de comportamento e uso de substâncias, que têm se tornado cada vez mais frequentes entre os alunos.
“Os professores muitas vezes são as primeiras pessoas em quem os alunos confiam e para quem relatam suas dificuldades emocionais”, afirmou Maria Nascimento.
Além dos docentes, a delegacia também capacita grupos de alunos para actuar como “pares”, isto é, jovens que ajudam a identificar colegas que estejam a passar por problemas emocionais e essa abordagem é aplicada através do Programa de Saúde do Adolescente, realizado em colaboração com o sector da Saúde Mental, que permite aos alunos desenvolver habilidades de observação e comunicação com os seus colegas.
Esta iniciativa, conforme a responsável, “tem sido crucial para detectar problemas logo no início e apoiar os adolescentes em situações de risco, promovendo um ambiente escolar mais saudável e acolhedor”.
Questionada sobre as preocupações ou situações que podem surgir com a constante saída de pessoas para a emigração, que muitas vezes leva a separação de pais e filhos em idade escolar, ressaltou que esta situação traz sim impactos emocionais nos jovens e nas famílias que ficam para trás.
“O processo de separação pode gerar distúrbios emocionais em crianças e adolescentes, uma vez que a ausência de um dos pais afecta o equilíbrio familiar e o suporte emocional”, explicou.
Entretanto, ela defende que é necessário olhar para o fenómeno da migração de forma equilibrada, considerando tanto os ganhos económicos quanto os desafios sociais e emocionais implicados.
“Há sempre um impacto emocional, mas buscamos apoiar as famílias para que possam lidar melhor com essa separação”, acrescentou.
Além das acções voltadas para o apoio dos docentes na identificação dos alunos, a equipa da delegacia de Saúde realizou sessões de conversas com os professores do Liceu Amílcar Cabral, uma conversa aberta sobre a saúde mental no trabalho, sinais de alerta e prevenção.
Na classe docente, avançou que os transtornos mentais mais frequentes têm sido o Burnout, que é o esgotamento profissional, mas também casos de ansiedade e depressão, entre outras situações.
MC/JMV
Inforpress/Fim
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