Assomada, 01 Set (Inforpress) – A Associação dos Deficientes Visuais de Cabo Verde (Adevic) pediu hoje a integração dos deficientes nas comunidades de Santa Catarina, destacando que a actuação deve partir, prioritariamente, das famílias.
A convocação resulta de uma colónia de férias realizada entre 29 de Agosto e 01 de Setembro no município, promovida pelos jovens da Adevic com o objectivo de fomentar a inclusão de jovens cegos.
Durante três dias, o grupo participou de várias actividades, visitas e palestras sobre inclusão de pessoas com deficiência e sobre a necessidade de superar a superproteção familiar, em colaboração com a associação Acreditar.
O coordenador de jovens cegos, Djamil Braga, afirmou que o foco é mostrar que, apesar das limitações, é possível conviver e realizar actividades diversas, uma posição reforçada por António Tavares, um dos participantes, que destacou a importância de conviver com outras pessoas com deficiência visual.
“Todos somos iguais, cada um com a sua particularidade. Condenamos actos de famílias que escondem ou não permitem que os filhos com deficiência saiam para conviver com outras pessoas, o que pode causar problemas no futuro”, declarou António Tavares.
Outro participante, Micael Tavares, descreveu a experiência como “muito importante”, dizendo que o grupo circulou por vários locais de Santa Catarina, foi bem recebido e teve uma programação rica.
Ele ressaltou a necessidade de a Adevic ampliar a actuação na região, uma vez que muitas pessoas com deficiência visual permanecem em casa sem oportunidades de estudo ou de actividades fora do ambiente doméstico.
“Pedimos aos pais e a toda a sociedade que trabalhem em conjunto para abandonar os tabus existentes e permitir que os filhos saiam para conviver com outras pessoas. Somos deficientes, mas temos capacidade de fazer tudo”, afirmou.
O sociólogo Henrique Varela esteve com este grupo durante estes três dias e explicou que a resistência de algumas famílias em apresentar pessoas com deficiência à sociedade é comum e que é necessário eliminar o tabu, desmistificar a ideia de exclusão.
A reintegração e a inclusão, segundo o mesmo, passam pelo acolhimento da família, pelo apoio das associações e por acções que promovam a integração plena na comunidade.
A Adevic reforça que iniciativas como a colónia de férias são cruciais para promover autonomia, participação social e redução da vulnerabilidade entre jovens com deficiência visual, enfatizando o papel central das famílias na integração desde o ambiente familiar.
MC/ZS
Inforpress/Fim
Partilhar