Cidade da Praia, 06 Dez (Inforpress) - O líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, Rui Semedo, mostrou-se hoje reservado quanto à possibilidade de se recandidatar a um segundo mandato como presidente do PAICV, partido que lidera desde 2021.
Segundo Rui Semedo, a certeza que tem é que o Congresso do PAICV para eleição dos novos órgãos deverá acontecer até Abril do próximo ano, mês que tinha sido realizado o último Congresso, que termina o mandato global das estruturas e dos órgãos eleitos na ocasião.
“Até o final de Abril, teremos que fazer, obrigatoriamente, este Congresso. A Comissão Política vai ter que pedir a convocação do Conselho Nacional, que, por sua vez, terá que convocar o Congresso e as eleições directas internas.
Portanto, vamos ter que seguir esses passos com os órgãos”, explicou.
Referiu que qualquer data que avançasse agora seria contrariar os princípios e uma violação às competências dos órgãos que deverão tomar tais decisões.
O Congresso é o órgão de apreciação e definição das linhas gerais da política nacional do partido. Compete-lhe, entre outros, apreciar e definir as linhas de orientação política, aprovar e modificar os Estatutos e a Declaração de Princípios do Partido.
Face aos resultados das autárquicas, um trampolim para as legislativas de 2026, questionado se o PAICV tem ou está a preparar um candidato forte para fazer frente a Ulisses Correia e Silva ou outro, Rui Semedo garantiu que o partido vai ter sempre um candidato à altura dos desafios do país, tendo várias soluções e alternativas.
“Vai construir uma solução tanto ou quanto possível consensual. A garantia que posso dar é que, qualquer que seja o dirigente do partido que vier a ser eleito, estará à altura dos desafios do país. O PAICV não tem falta de lideranças e candidatos que possam cumprir essa missão…provámo-lo agora”, enfatizou, estribado nos resultados das eleições autárquicas.
Entretanto, instado a pronunciar se será ou não candidato, entendeu esquivar-se para não abrir o jogo.
“Esta pergunta é interessante… Está a ser feita desde o primeiro dia que fui eleito para presidente do partido. O que posso dizer é que me enquadro numa solução que tenha um amplo apoio do partido, das pessoas, militantes, mas uma solução também construída e que garanta as respostas para os desafios que temos pela frente”, apontou.
Segundo o líder do partido da “estrela negra”, seria precipitado da sua parte aflorar qualquer coisa neste momento, tendo-se comprometido consigo mesmo de não “falar nada” a propósito, antes da reunião do Conselho Nacional que irá marcar o Congresso.
“Na reunião do Conselho Nacional farei uma comunicação ao país, a respeito da minha disponibilidade ou não. Sempre estive disponível para o partido, a minha disponibilidade não depende das vitórias ou das derrotas”, finalizou.
Nas eleições autárquicas de 01 de Dezembro, o PAICV conquistou 15 câmaras municipais, contra sete do Movimento para a Democracia (MpD).
SC/ZS
Inforpress/Fim
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