Cidade da Praia, 17 Jan (Inforpress) – O vice-presidente do Siscap, Francisco Furtado, disse hoje estar satisfeito com o aumento de salário de 19 mil escudos para as cozinheiras da Ficase, mas espera a resolução dos retroativos do mês de Janeiro de 2024 a esta parte.
Francisco Furtado falava em declarações à Inforpress, na sequência da publicação do aumento do salário das Cozinheiras das Cantinas Escolares a partir deste mês.
O sindicalista explicou que as cozinheiras esperavam que este aumento fosse acompanhado com a entrega do retroativo acumulado.
“Vamos continuar a luta e não desistimos até que a Fundação Cabo-verdiana de Acção Social Escolar (Ficase) cumpra o seu dever de entregar esses retroativos”, afirmou.
O vice-presidente do Siscap em representação das cozinheiras, assegurou que a Ficase enviou um parecer jurídico a este sindicato propondo um aumento no valor de 24 mil escudos e avançou que sugeriram que o valor seja aumentado para 27 mil escudos, visto que estas cozinheiras não recebem subsídios de risco.
As cozinheiras escolares, Anilda Gonçalves e Edna Semedo, aproveitaram para agradecer ao Governo pelo aumento, mas mostraram-se “insatisfeitas” porque não foram resolvidos os retroativos acumulados desta classe.
Afirmaram ainda que este aumento é "muito pouco" para satisfazer as suas necessidades, sobretudo nesta época em que o poder de compra está "altíssimo" devido à crise que assola o mundo caracterizado pelos conflitos e guerras. Por isso, apelaram ao Governo para rever este aumento.
De realçar que as cozinheiras da Ficase fizeram uma greve de três dias, no mês de Setembro para reivindicar a actualização do Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) e a entrega do retroativo acumulado.
O Ministério da Educação informou hoje em nota de imprensa que a partir deste mês a actualização do salário mínimo nacional das Cozinheiras das Cantinas Escolares passou de 16 para 19 mil escudos, o que representa um aumento de aproximadamente 18,75%, relativamente ao ano de 2024.
Em 2016, segundo explicou, a situação laboral das cozinheiras das cantinas escolares era “bastante precária”, com um salário de 8.250 escudos, sem direito à reforma, previdência social, mas que esta actualização salarial representa um aumento de mais de 130% em relação a 2016.
“O Governo já regularizou a situação laboral de cerca de 738 cozinheiras das cantinas escolares, atribuindo o salário mínimo de 19 mil escudos, inscrição no INPS e com direito a uma reforma condigna", afirmou.
"Foi melhorado, as condições de trabalho, com a reabilitação das cozinhas, investimentos nos utensílios e equipamentos individuais e de cozinha, bem como acções de formação direccionadas às cozinheiras”, lê-se na nota.
Esses avanços, conforme a mesma fonte, reflectem o compromisso do Governo em valorizar os trabalhadores e reforçar o poder de compra.
DG/ZS
Inforpress/Fim
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