Santiago Norte: Comissão Política do PAICV acusa PM de discriminar câmaras lideradas pelo partido

Assomada, 06 Abr (Inforpress) – A Comissão Política Regional (CPR) do PAICV em Santiago Norte acusou hoje o primeiro-ministro de discriminar as câmaras municipais da região, lideradas pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição).

A denúncia foi feita em conferência de imprensa, no município de Santa Catarina, Assomada, em que o vice-presidente e porta-voz da CPR em Santiago Norte, Carlos Rodrigues, acusou ainda Ulisses Correia e Silva de promover anteriores equipas camarárias do Movimento para Democracia (MpD, poder) que perderam as últimas eleições autárquicas.

Segundo o porta-voz, Ulisses Correia não se comunica com os actuais autarcas e não tem respeitado o protocolo quando efectua visitas à região, pedindo uma maior consideração do Governo para com Santiago Norte e maior cooperação com o poder local para alavancar o desenvolvimento da região.

“Os membros do Governo fazem visita aos municípios, mas não convidam os presidentes das câmaras municipais, o que consideramos uma falta de respeito, pois, desde 1 de Dezembro de 2024, o PAICV passou a liderar cerca de 68,8 por cento (%) das câmaras a nível nacional”, disse Carlos Rodrigues, apelando ao Governo para tirar do papel o slogan “Governo amigo do município”.

Neste sentido, os membros da CPR do PAICV em Santiago Norte questionam o primeiro-ministro quanto a esta falta de comunicação e acusam-no de tentar tirar o mérito e protagonismo a estas autarquias.

A CPR vai mais longe e diz que a discriminação e o abandono do Governo para com a região de Santiago Norte se espelham na falta de políticas e investimentos e no aumento da pobreza e desesperança das populações.

Os membros elencaram um conjunto de situações que mostram que o Governo “não está interessado no desenvolvimento da região”, nomeadamente no sector da educação, mas também a nível das infraestruturas e da agricultura.

No sector da agricultura lamenta a falta de gestão por parte do Governo na água das barragens, mas também questiona o que aconteceu ao projecto da dessalinizadora de Santa Cruz e quem vai ser responsabilizado pelos custos.

Outro assunto levantado pelo CPR do PAICV na região é em relação ao Ensino Superior no país, avançando que no período de 2014 a 2016 o país tinha cerca de 16 mil estudantes no ensino superior e neste momento a nível nacional tem cerca de nove mil e o Governo, como “medida eleitoral”, anunciou que vai pagar propinas aos estudantes com dívidas.

A comissão política do PAICV em Santiago Norte diz estar atenta aos vários problemas que o país está a enfrentar, mediante um Governo “passivo e demagogo” e garante estar a trabalhar para que o partido conquiste a vitória nas próximas eleições.

MC/AA

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