PR guineense disponível para “mediar” desentendimento entre Brasil e EUA

Inicio | Internacional
PR guineense disponível para “mediar” desentendimento entre Brasil e EUA
01/08/25 - 12:10 pm

Bissau, 01 Ago (Inforpress) – O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, mostrou-se hoje disponível para mediar a crise no relacionamento entre o Brasil e os Estados Unidos da América por considerar que não existe Estado pequeno no mundo.

Sissoco Embaló fez o anúncio em declarações aos jornalistas, à saída da reunião semanal do Conselho de Ministros, a que presidiu.

“Não é porque somos a Guiné-Bissau que não podemos [mediar]. Há tensão, e não se esqueçam que estamos na mesma comunidade com o [Presidente do Brasil] Lula [da Silva], na CPLP, mas [o convite nesse sentido feito por Lula da Silva] foi antes de eu assumir a presidência da CPLP”, disse Embaló.

O Presidente guineense assumiu, no passado dia 18, a presidência rotativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Umaro Sissoco Embaló defendeu que a Guiné-Bissau, “não pode ser” um país que “ajudar a apaziguar o mundo” e ser ao mesmo tempo “lugar de desordem”, uma referência a perturbações político-militares no país.

“Aqui há dias ainda estive a falar com os americanos e também o Lula que pediu a minha disponibilidade para fazer os bons ofícios entre eles e os Estados Unidos da América”, afirmou.

Na quarta-feira, os Estados Unidos impuseram a Lei Magnitsky ao juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil Alexandre de Moraes, dispositivo que impõe sanções económicas por violações graves contra os direitos humanos ou corrupção. Poucas horas depois, o Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou o decreto que oficializa a imposição de tarifas de 50% a vários produtos brasileiros.

As duas decisões estão intimamente ligadas e têm como peça central Alexandre de Moraes, relator do processo no qual o ex-Presidente Jair Bolsonaro e o seu núcleo são acusados de tentativa de golpe de Estado contra Lula da Silva.

Além de ser considerado o 'inimigo número um' do Bolsonarismo, foi também relator do caso no qual o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as plataformas de redes sociais são responsáveis pelo conteúdo ilegal partilhado pelos utilizadores.

Plataformas norte-americanas como X, Instagram ou Facebook devem agora remover imediatamente conteúdo ilegal, como, por exemplo, aquele que defende terrorismo, pornografia infantil, atos antidemocráticos, ou incita ao ódio, sem esperar pela decisão de um juiz.

Estes dois casos foram usados como justificação dos EUA para as sanções tarifárias e contra o próprio juiz.

Inforpress/Lusa

Fim

Partilhar