Cidade da Praia, 18 Mai (Inforpress) – A última noite da 31.ª edição do festival da Gamboa, na cidade da Praia, reuniu um grande público e destacou actuações de artistas de várias gerações e estilos, celebrando a música de Cabo Verde.
O espectáculo teve início com a actuação de Rahiz, que subiu pela primeira vez ao palco da Gamboa, trazendo consigo algumas das suas músicas mais conhecidas. O artista expressou a sua honra em participar no evento, destacando a energia do público jovem.
“Não fui só eu quem fez o público vibrar, mas todos nós. Quando comecei a tocar, olhei para trás e vi felicidade nos rostos dos jovens. Hoje tivemos uma missão e conseguimos honrar”, afirmou Rahiz.
Seguiu-se Mário Lúcio, figura icónica da cultura nacional, que encantou o público com a sua voz e presença carismática. O artista destacou a importância de dar espaço a diferentes gerações nos palcos e de oferecer ao público música actual, que amanhã pode desaparecer.
“É um privilégio para qualquer artista poder pisar um palco como o da Gamboa, que junta gerações e promove a música que está na moda, mas que amanhã pode não estar”, disse Mário Lúcio.
Eneida Marta, artista guineense de renome, trouxe uma fusão envolvente de sons tradicionais e influências modernas, oferecendo uma performance emotiva que conquistou o público com os seus aplausos entusiásticos.
Segundo a guineense, foi uma experiência muito especial, num momento em que se celebra os 50 anos de independência de Cabo Verde e também da Guiné-Bissau.
A jovem cantora Neyna subiu ao palco com um repertório vibrante, demonstrando o talento da nova geração da música cabo-verdiana. Para Neyna, a experiência foi ainda mais marcante em comparação ao ano passado, altura em que se apresentou já de manhã e com um público significativamente menor.
“Este ano é muito diferente. No ano passado, já estava claro de manhã e não havia tanta gente. Hoje, senti a energia de uma grande multidão”, afirmou Nayna.
Em seguida, Apollo G e Garry, dois dos nomes mais sonantes da música cabo-verdiana, elevaram a energia do público com batidas intensas e deixaram a plateia em delírio com as suas performances.
Garry expressou o seu profundo agradecimento ao público pela receptividade.
“É muito bom quando fazemos um trabalho com todo o nosso esforço e o público corresponde. Não há preço que pague esse sentimento”, disse o artista.
Roods Wires trouxe um toque alternativo à noite, com uma sonoridade de afrobeats que contrasta com os outros estilos, mas que cativou pela sua originalidade. Para o rapper, a actuação foi de grande valor e espera ter cumprido às expectativas do público.
“Estou muito feliz com a resposta do público. Em breve, teremos o Matagal nº7, mais um projecto para vocês”, revelou.
O rapper Miguel Kr também deixou a sua marca com uma actuação intensa e autêntica, recebendo aplausos contínuos durante a sua performance.
“O público esteve sempre connosco, e por isso vamos continuar a trabalhar e a dar o nosso melhor para eles”, afirmou Miguel Kr.
Para encerrar a noite no festival, subiu ao palco o artista Bedja K, já de manhã, às 7:45, e proporcionou um espectáculo vibrante e interactivo, animando os milhares de festivaleiros que se mantiveram até ao fim com o seu estilo popularmente conhecido como Kotchipo.
“A sensação de encerrar o festival da Gamboa 2025 foi muito boa, não esperava que o público me acolhesse de forma tão vibrante”, disse Bedja K, que mostrou disponibilidade para o ano em regressar mais uma vez ao palco da gamboa.
O Festival da Gamboa encerrou assim com chave de ouro, numa noite que celebrou a diversidade musical, coincidente com a celebração dos 50 anos da independência nacional, homenageando os heróis nacionais sob o lema “Pensar para agir e agir para poder pensar melhor”.
JBR/JMV
Inforpress/Fim
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