Calheta, São Miguel, 11 Abr (Inforpress) – A Delegacia de Saúde de São Miguel promoveu hoje na localidade de Cutelo Gomes uma feira de promoção de saúde, momento que serviu para sensibilizar a população sobre a doença esquistossomose, que surgiu em 2022 nesse município santiaguense.
Em declarações à Inforpress, a delegada de Saúde, Antonieta Fonseca Lopes, disse que o evento, enquadrado nas celebrações do Dia Mundial da Saúde, assinalado anualmente a 07 de Abril, foi realizado em parceria com a câmara local, grupos de jovens de Calheta e Região Sanitária Santiago Norte (RSSN).
A feira, segundo a mesma fonte, faz parte de um plano da Delegacia de Saúde de São Miguel e parceiros, que visa sensibilizar a população dessa localidade, que há dois anos, tem sido confrontada com vários casos de infecção por esquistossomose, principalmente em crianças e adolescentes.
Daí, segundo ela, como forma de eliminar esta doença nesta comunidade e no município, para que a mesma não se alastre para outros concelho de Santiago Norte e Cabo Verde programaram esta feira alargada de promoção de saúde.
Segundo a médica, mais do que falar sobre esta doença, vão aproveitar para mais uma vez aconselhar a população para não tomar banho nos tanques, sobretudo nos em que a água pode estar contaminada.
Acrescentou que durante o evento pretendem realizar rastreio de toda a população alvo através de colecta de urina e processar todas as amostras no local e na presença da população, incutindo-lhe a responsabilidade de prevenção da doença e consciencialização da mesma sobre a doença.
Antonieta Lopes informou que as pessoas que tiveram amostras positivas vão ser encaminhadas para tratamento.
Além das análises de urina, sobretudo nas crianças e adolescentes, haverá palestras, conversas abertas, aferição de pressão arterial, glicemia capilar, teste de malaria, teste de covid-19 e teste de dengue.
Na ocasião, a responsável avançou que a delegacia de Saúde vai realizar, de Abril a Dezembro deste ano, um conjunto de actividades de promoção de saúde com foco na sensibilização e eliminação da esquistossomose nesse município, que só em 2025 registou 52 casos positivos dessa doença infeciosa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que aproximadamente 90% das pessoas que precisam de tratamento para esquistossomose vivem no continente africano. Cabo Verde é um país localizado na África Ocidental, e até então não havia relatos da doença.
A esquistossomose, também conhecida como ‘bilharzíase’ é uma doença parasitária causada por vermes do género esquistossomose, e, é uma das doenças tropicais negligenciadas mais comuns, afectando milhões de pessoas em regiões tropicais e subtropicais, especialmente em áreas com saneamento básico precário e contato frequente com água doce contaminada.
FM/CP
Inforpress/Fim
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