Cidade da Praia, 14 Mai (Inforpress) - O presidente da Câmara Municipal da Praia afirmou hoje que o Movimento para a Democracia (MpD-oposição camarária), por ser “incapaz” de conseguir participar no “processo novo” de desenvolvimento no município, está a fazer a “judicialização da política”.
Francisco Carvalho falava em entrevista à imprensa, à margem da VII sessão extraordinária da Assembleia Municipal da Praia, tendo avançado que neste momento a autarquia está a fazer um levantamento da quantidade de processos que o MpD já entregou nos tribunais contra a câmara da Praia.
Isto, pela “incapacidade e incompetência” do MpD de conseguir participar do “novo processo" de desenvolvimento no município da Praia”, considerou, sustentando que a oposição tem optado, por isso, por fazer “algo que tem sido moda em outros contextos, que é a judicialização da politica”.
“O recurso aos tribunais, até sentenças antecipadas. Eu vi uma entrevista do senhor secretário geral do MpD, eu fiquei triste porque pareceu-me que era um juiz a falar”, salientou, pedindo mais serenidade.
Francisco Carvalho assegurou que a câmara confia plenamente na justiça, tendo realçado que a própria autarquia já chamou pela justiça, em outros momentos “apesar de não aparecer”.
A Câmara Municipal da Praia está a ser investigada por crimes de falsificação de documentos públicos, recebimento indevido de vantagem, peculato, defraudação de interesses patrimoniais e abuso de poder, sendo que há dois processos, um referente ao período de 2016 a 2019, altura em que Óscar Santos era presidente.
De acordo com o primeiro despacho que ditou as buscas, as investigações estão relacionadas com o concurso e a execução das obras de asfaltagem das vias e bairros da cidade da Praia, nomeadamente da via principal do Palmarejo, da zona do Ténis, no Platô, da zona do Liceu Domingos Ramos, a via de acesso ao Cemitério da Várzea e da via de Cidadela no Palmarejo Grande.
Num outro processo, que fala de crimes de falsificação de documentos públicos, recebimento indevido de vantagens, violação da norma de execução orçamental e defraudação de interesses patrimoniais públicos, o Ministério Público aponta como suspeitos a actual secretária municipal, Joselina Soares Carvalho, a vereadora das Infra-estruturas da autarquia, Kyrha Hopffer Varela, o vereador da Cultura, Jorge Garcia, a coordenadora da Unidade de Gestão das Aquisições Públicas da Câmara, Maria Varela, técnico superior Gilson Correia e o presidente da câmara da Praia, Francisco Carvalho.
Aponta ainda como suspeita a empresa Construção Barreto, SA, cujas instalações foram igualmente alvo de buscas e apreensão.
ET/CP
Inforpress/Fim
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