Lisboa, 09 Dez (Inforpress) – O Presidente da República, José Maria Neves, considerou que a forma como foi organizado e comemorado o centenário de Mário Soares deve servir como “referência de aprendizagem” de valorização dos “momentos marcantes” da história de cada país.
A declaração foi feita à Inforpress, em Lisboa, no balanço da visita de três dias do chefe de Estado a Portugal, que regressou hoje a Cabo Verde, e que teve como um dos pontos altos da agenda a participação nas celebrações do centenário de nascimento do antigo Presidente da República e antigo primeiro-ministro de Portugal Mário Soares, no dia 07 de Dezembro, na Fundação Calouste Gulbenkian.
“Nas comemorações do centenário de Amílcar Cabral [24 de Setembro de 2024], em realidade política de Cabo Verde houve muitas divergências e não foi possível entendimentos. Comemorações desta natureza em que participamos servem sempre de referência e de aprendizagem. Nós temos de saber valorizar os momentos marcantes da nossa história”, considerou.
Para José Maria Neves, “Amílcar Cabral é um herói nacional reconhecido” e, como tal, deve ser comemorado, sustentando que o lado positivo é que a sociedade “se despertou e comemorou condignamente” o Centenário de Amílcar Cabral, mostrando-se convicto de que nos próximos anos será possível estar em condições de construir consensos em torno desta matéria.
Na cerimónia de celebração do centenário de Mário Soares, um dos fundadores do Partido Socialista (PS) português, o antigo Presidente da República de Portugal Aníbal Cavaco Silva, entre outras personalidades e representantes de diferentes forças política, incluindo do Governo, suportado pelo Partido Social Democrata (PSD), na pessoa do ministro dos Assuntos Parlamentares, António Leitão Amaro, que recordou Mário Soares como “exemplo da tolerância” de que a democracia precisa.
José Maria Neves foi um dos oradores no evento, ao lado do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa, numa cerimónia que também contou com depoimentos pessoais sobre legado de Mário Soares, por figuras como o antigo Presidente do Governo de Espanha, Felipe González, e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
“Tenho feito um esforço para sinalizar os marcos importantes deste percurso [do país]. Já no dia 19 de Dezembro vamos comemorar os 50 anos da assinatura do Acordo da Independência de Cabo Verde e homenagear os protagonistas desse acordo e vamos continuar a comemorar datas importantes no quadro da comemoração dos 50 anos da Independência de Cabo Verde”, contou José Maria Neves.
Segundo o chefe de Estado, por parte de Cabo Verde, serão lembrados o antigo Presidente da República Pedro Pires, Amaro da Luz e José Luís Fernandes Lopes, e por parte de Portugal, Melo Antunes, Mário Soares e Almeida Santos.
“É um documento histórico que marca o reconhecimento de Cabo Verde como Estado e cria as condições para sua independência. Após a assinatura do Acordo de Lisboa foi constituído o Governo de Transição e aprovados diplomas essenciais que permitiram a realização das primeiras eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, em Junho de 1975”, frisou.
Para José Maria Neves, por se tratar de uma data histórica e, por dever de memória, deve-se homenagear aqueles que estiveram nesse momento e que deram um “enorme contributo para que Cabo Verde hoje fosse livre e independente”.
O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, já confirmou que vai estar presente nessas celebrações de 19 de Dezembro, na Cidade da Praia.
DR/AA
Inforpress/Fim
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