Santa Maria, Sal, 24 Fev. (Inforpress) - O Presidente da República vai comemorar, em Maio, os 50 anos da libertação dos presos políticos do Campo de Concentração do Tarrafal, com a presença dos seus homólogos de Portugal e Angola.
O acontecimento, que visa honrar o sacrifício dos que foram prisioneiros políticos no Tarrafal”, realiza-se no 1º de Maio e traz ao país os presidentes da Republica de Angola, João Lourenço e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, “para juntos renderem uma justa e vibrante homenagem a todos aqueles que doaram a sua vida e que muito sofreram pela firmeza das suas convicções e total entrega à " causa maior" da Liberdade e dignidade dos nossos Povos”.
“Trata-se de um marco histórico de enorme significado e que se impõe assinalar condignamente, razão por que o chefe de Estado, o Presidente José Maria Neves, promove um quadro de celebrações de Estado visando, precisamente, recordar a célebre jornada de 1 de Maio de 1974 e honrar o sacrifício dos que foram prisioneiros políticos no Tarrafal”, refere o comunicado de imprensa da Presidência da República.
Neste contexto, um substancial programa, cita a comunicação, está a ser elaborado, em articulação com outros órgãos de soberania, a Câmara Municipal do Tarrafal e outros parceiros.
Em 1962, foi reaberto com o nome de “Campo de Trabalho de Chão Bom”, destinado a encarcerar os anticolonialistas de Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau.
Ao longo dos anos, o Tarrafal recebeu nas suas celas comunitárias mais de 500 pessoas, entre 340 antifascistas portugueses e 230 anticolonialistas africanos, dos quais 106 angolanos, 100 guineenses e 20 cabo-verdianos.
Alguns registos históricos apontam para até 37 mortos em consequência das condições de vida naquela colónia penal, construída pelos próprios presos. Dos 340 portugueses encarcerados no Tarrafal, 34 acabaram por morrer, sucumbindo às doenças e condições de vida extrema no local.
SR/JMV
Inforpress/Fim
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