Cidade da Praia, 22 Out (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas destacou hoje, na 16.ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, em Genebra, que a economia criativa pode impulsionar exportações e reduzir a dependência de sectores tradicionais.
Augusto Veiga, falava na 16.ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD16), que decorre em Genebra, Suíça, de 20 a 23 sobre o tema “Moldando o futuro: Impulsionando a transformação económica para um desenvolvimento equitativo, inclusivo e sustentável”.
“Do ponto de vista do comércio e do desenvolvimento, a economia criativa potencia diversificação das exportações, a música, a moda, o cinema e os conteúdos digitais cabo-verdianos têm o potencial de alcançar mercados globais, reduzindo a dependência de sectores tradicionais como a agricultura ou as remessas”, precisou.
Realçou que a economia criativa é um pilar essencial para o futuro económico sustentável e inclusivo do país e que o sucesso internacional dos artistas nacionais contribui para elevar o perfil cultural do país, gerando procura por produtos e experiências culturais e impulsionando o turismo patrimonial.
Augusto Veiga frisou também que a inovação digital permite aos empreendedores criativos ultrapassar barreiras geográficas e aceder a mercados internacionais, através de plataformas online que facilitam a colaboração global e a monetização do trabalho artístico e tecnológico.
Essa ligação entre cultura, tecnologia e turismo, acrescentou, estimula o empreendedorismo local, gera empregos e promove o desenvolvimento inclusivo.
Durante o seu discurso, afirmou que a aposta na economia criativa é coerente com a visão de Cabo Verde enquanto pequeno Estado insular, com recursos naturais limitados, mas com um vasto capital cultural e humano.
Para transformar o potencial criativo em valor económico, Augusto Veiga defendeu políticas públicas direccionadas ao reforço dos direitos de propriedade intelectual, à disponibilização de financiamento para empreendedores e ao investimento em infra-estruturas digitais e educação criativa.
O ministro salientou ainda a importância das parcerias regionais e internacionais, nomeadamente, com a CEDEAO, a ZCLCA, a UNESCO, a UNCTAD e o Banco Mundial, bem como a colaboração com o sector privado e as grandes plataformas tecnológicas, como forma de dar visibilidade global à produção cultural cabo-verdiana.
“Quando as pessoas, especialmente os jovens, são capacitados para criar, inovar e acessar mercados, elas se tornam impulsionadoras do crescimento inclusivo e isso, não apenas, gera empregos e exportações, mas também constrói confiança cultural e resiliência”, concluiu o ministro, afirmando que o desenvolvimento de talentos é a base de todo o processo.
AV/HF
Inforpress/Fim
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