Cidade da Praia, 22 Out (Inforpress) – A ministra da Justiça afirmou hoje que o projecto “Ami ê di Paz, y bô?” apresenta resultados visíveis, com menos casos de criminalidade e muitos jovens, antes envolvidos em violência, agora inseridos em programas de formação.
Joana Rosa falava à imprensa, esta tarde, na abertura do curso de condução inserido no âmbito do projecto “Ami ê di Paz, y bô” que contempla 168 jovens dos bairros de Tira Chapéu, Alto da Glória, Plateau, Várzea, Madjana e Santaninha.
Iniciado em 2022, o projecto, direccionado à prevenção e ao combate à criminalidade juvenil, sobretudo nos bairros mais vulneráveis do país, tem permitido a identificação e o acompanhamento de jovens com comportamentos de risco, através de uma formação psicossocial e do apoio permanente de psicólogos e assistentes sociais.
Avançou que, após essa fase, os beneficiários são encaminhados para cursos de formação profissional e, posteriormente, inseridos em actividades geradoras de rendimento ou programas de reintegração social.
Actualmente, mais de 100 jovens estão a beneficiar de formações em áreas como canalização, electricidade, maquinaria, condução e outras especializações técnicas.
Joana Rosa assegurou, ainda, que muitos já frequentam as aulas em diferentes escolas, com acompanhamento contínuo por parte de uma equipa multidisciplinar que garante o apoio logístico e social necessário.
“Em função do local de residência, nós atribuímos-lhes os passes de autocarro, mas fazemos sempre o acompanhamento porque são jovens que estão em bairros e a maior parte com comportamentos desviantes e, mesmo estando na formação, com alguma potência para o conflito entre grupos”, apontou.
A ministra sublinhou que o projecto, além da formação técnica, aposta também na educação para a cidadania, civismo e respeito pelo próximo, como forma de consolidar uma verdadeira mudança de comportamento.
Joana Rosa afirmou que os resultados já são visíveis, com a diminuição dos índices de criminalidade e com muitos jovens, que anteriormente estavam envolvidos em situações de violência, agora integrados na formação profissional e afastados dos conflitos de grupo.
"Portanto já não podemos dizer, neste momento, o número exacto de jovens que estiveram ou que continuam na violência, mas o certo é que esses jovens que já estão na formação deixaram o mundo de violência", sublinhou.
A governante concluiu sublinhando que o objectivo é continuar a investir na reintegração “para que mais jovens deixem o mundo da violência e encontrem, através da formação e do emprego, um novo caminho de vida”.
O projecto abrange bairros como Brasil, Safende, Eugénio Lima, Achada Grande Trás, Cobom e Ponta d’Água considerados os mais críticos.
Uma parte das formações é financiada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e outra pelo Ministério da Justiça que tem direccionado recursos do seu orçamento para reforçar a inclusão social e a prevenção da criminalidade juvenil.
AV/HF
Inforpress/Fim
Partilhar