Cidade da Praia 10 Jan (Inforpress) – O PAICV (oposição) apelou hoje ao Governo que resolva a penúria de água em Santiago Sul, sublinhando que o sector teve “retrocesso total” com a “desgovernação” do MpD e pediu mais investimentos para melhorar a situação.
Este apelo foi feito pela deputada nacional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Paula Moeda em conferência de imprensa, para denunciar sobre a recorrente falta de água que tem assolado os municípios da Praia e de São Domingos, destacando que isto tem vindo a assumir “contornos graves” a ponto de pôr em causa vidas e a dignidade das pessoas, sobretudo a saúde pública.
Segundo a deputada do PAICV, a água é um direito que todos os cidadãos precisam para satisfazer as suas necessidades básicas do dia-dia-dia, e, afirmou que o governo “não tem mostrado” capacidade para garantir esta necessidade básica.
“A água é um bem essencial, uma necessidade básica e um direito”, assegurou, ressaltando que o Governo prometeu muitas vezes normalizar esta situação mas que nem esta normalização “faseada, pouco a pouco” está a chegar.
Por isso, apelou a uma verdadeira normalização do abastecimento e produção de água na região de Santiago Sul e em toda a ilha de Santiago, pedindo igualmente mais respeito pela população da Praia e de São Domingos que, segundo afirmou, estão “altamente fustigadas” com a falta de água.
“Nada pode justificar este estado de degradação e ineficiência, porque já chega”, exprimiu, afirmando que há “falta de tudo” neste sector, incluindo o planeamento, de decisão, de medidas concretas que mudem a situação para melhor, cumprimento de um serviço com a qualidade que se espera.
Chamou ainda a atenção da empresa distribuidora de água (AdS) que ao distribuírem este líquido precioso em todas as torneiras das casas, empresas e serviços públicos e privados, principalmente nos hospitais, nos centros de saúde, nas escolas, nos centros educativos, nos jardins de infância e nas creches, entre muitos outros locais, que devem fazê-lo com “melhor qualidade”, para garantir a saúde da população.
Paula Moeda defendeu que é preciso mais investimentos no sector, melhor manutenção das redes e condutas, mais diálogo e encontro de contas entre entre a Electra e a AdS, assunto que, conforme considerou, o Governo deve arbitrar e resolver.
A deputada do PAICV lembrou, por outro lado, que em 2016 o seu partido deixou uma capacidade de produção de 40 mil metros cúbicos de água por dia na produtora de água (Electra), que permitiu alargar o abastecimento de água para os municípios de São Domingos e São Lourenço dos Órgãos.
“De há anos para cá, com a desgovernação do Movimento para a Democracia (MpD), a situação teve um retrocesso total, a tal ponto que a capacidade de produção, que era de 40 mil metros cúbicos de água por dia, passou para 12 mil a 14 mil metros cúbicos”, afirmou.
“Hoje temos uma redução drástica, à volta de quatro vezes menos, lastimável e incompreensível. Só com uma má governação, um mau planeamento e um mau acompanhamento e controle que nós entramos nesta incapacidade total de descontrolo que levaram a uma deterioração dos serviços”, afiançou.
Apontou que o serviço neste sector tem problemas, quer na produção, abastecimento, manutenção, dívidas, falta de reinvestimentos, de continuidade a investimentos que já tinham sido feitos, perda de qualidade da água, preços a subirem permanentemente e, ainda, enfatizou que água na rede “piora a cada dia e é de muito má qualidade”.
DG/HF
Inforpress/Fim
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