Cidade da Praia, 04 Jul (Inforpress) - O artista plástico cabo-verdiano José Pereira, que integra o departamento de arte da Disney, apresenta a partir de hoje, na Praia, as suas mais recentes obras que retratam figuras históricas nacionais e destacam a técnica “black jeans art”.
De uma função de limpeza na Disney até o departamento de arte da gigante do entretenimento, o pinto cabo-verdiano José Pereira é hoje referenciado como um exemplo de superação e talento reconhecido.
Em entrevista à Inforpress, por ocasião da sua exposição na Assembleia Nacional, no quadro do 50.º aniversário da independência nacional, o artista partilhou detalhes do seu percurso e da sua missão enquanto criador visual.
"Eu nunca pensei que iria à Disney como artista, comecei na limpeza, mas participei num evento interno, o ‘show-member’, onde apresentei quatro obras. A partir daí, fui convidado para integrar o departamento de arte", revelou José Pereira, natural da ilha do Fogo, actualmente residente nos Estados Unidos.
A mostra, que estará patente até domingo, dia 06, inclui dez quadros que retratam figuras históricas cabo-verdianas e temas culturais, com destaque para a técnica inovadora “black jeans art”, uma forma de arte feita com tecido jeans, combinada com pintura em alto-relevo. Segundo o artista, cada obra leva cerca de dois meses para ser concluída.
"O meu objectivo é levar a história mais além e não deixar que ela morra, inventada com Amílcar Cabral, porque acredito que precisamos valorizar os nossos heróis", afirmou José Pereira, considerando a escolha da Assembleia Nacional como um local simbólico, a "casa dos nossos heróis".
Apesar do reconhecimento no exterior, com exposições em França, Noruega, Portugal e várias cidades dos EUA, o artista alerta para a falta de valorização dos artistas plásticos em Cabo Verde.
"Os trabalhos estão a ser bem feitos, mas ainda não têm o espaço que merecem. Falta apoio e mais abertura para os artistas locais", queixou-se.
Os quadros, com preços que variam entre 100 mil escudos e um milhão de escudos, são considerados acessíveis ao público, numa clara aposta de José Pereira em tornar a arte mais inclusiva e representativa.
CG/SR//CP
Inforpress Fim
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