Praia/Dia do Município: MpD afirma que Praia está abandonada e vítima de um projecto politico pessoal

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Praia/Dia do Município: MpD afirma que Praia está abandonada e vítima de um projecto politico pessoal
19/05/25 - 08:23 pm

Cidade da Praia, 19 Mai (Inforpress) – A líder da bancada municipal do MpD, Manuela Brito, afirmou hoje que a Cidade da Praia está literalmente abandonada neste momento, sem rumo, vítima de um projecto político pessoal e de uma governação apenas para votos imediatos.

Manuela Brito fez estas afirmações no seu discurso na sessão solene comemorativa do Dia do Município da Praia, que este ano celebra 49 anos de elevação a concelho.

Hoje, salientou a líder da bancada municipal do Movimento para a Democracia (MpD), seria o dia especial para se falar da riqueza e da beleza da capital cabo-verdiana, dos avanços conseguidos nos últimos anos, da qualidade alcançada nas várias áreas, mas infelizmente, frisou, “a cidade capital não está bem e creio que nunca esteve tão mal”.

“A Praia está literalmente abandonada neste momento, sem rumo e direção, sem qualquer pilotagem, sem qualquer projecto ou obra estruturante, guiada apenas por instintos eleitoralistas, com remendos calculistas onde conta apenas o número de votos que pode ser conseguido, seja qual for a consequência”, declarou, criticando que “não se governa nem para a cidade e nem para as pessoas, apenas para votos imediatos”.

Afirmou que a Praia hoje é vítima de um projeto político pessoal e que o poder no município não foi procurado como um meio de concretizar projectos para desenvolver a cidade, mas apenas como um projecto de poder mais alto, tendo a Praia servido como simples rampa de lançamento para outros voos de curto prazo.

Criticou a existência de obras paralisadas e abandonadas iniciadas quase todas elas na pré-campanha, indicando que praticamente todas as obras da anterior governação municipal do MpD foram deixadas ao abandono, “revelando um complexo inexplicável e prejudicando gravemente os interesses da cidade”.

“Quase nem vale a pena criticar o saneamento da cidade. Vivemos no meio do lixo, literalmente. Um pouco por todo o lado, com excepção de algumas grandes avenidas muito frequentadas e começa a passar a mensagem que todos podemos sujar a cidade porque o saneamento não é coisa assim tão importante”, apontou.

Ao abordar o sector da cultura, Manuela Brito considerou que a capital cabo-verdiana continua muito pobre em infraestruturas culturais e que as actividades no referido sector “são apenas festivais para multidões”.

A líder da bancada municipal do MpD criticou ainda os constrangimentos e ausência de políticas municipais assertivas, visando garantir o ordenamento do trânsito na cidade, a fiscalização de obras, fazer face ao elevado endividamento municipal e melhorar a situação laboral dos trabalhadores do município.

Para Manuela Brito, o que mais preocupa o MpD na Praia  é a cultura política que se instalou neste município nestes quatro anos e meio de mandato.

“O desprezo pelas leis e a total falta de transparência na gestão dos recursos. Por mais que a lei seja clara e límpida, como a água mais pura, o actual presidente CMP parece entender que foi eleito para realizar os seus desejos e impulsos. Não responde a nenhuma questão séria, não dá nenhum esclarecimento, não presta contas, faz e desfaz como se este grande município fosse coisa sua, sua propriedade e ele o único morgado”, acusou.

Criticou ainda a actuaçao da presidente da Assembleia Municipal lamentando o facto de a mesma ter abdicado dos seus poderes e função “para abrir estrada larga sem regras de polícia de trânsito para o presidente da Câmara Municipal da Praia”.

Asseverou, no entanto, que o MpD no município da Praia mantém intacta a sua ambição de construir uma cidade limpa, ordenada, com infraestruturas de utilidade pública de qualidade, com espaços públicos acolhedores, amiga do ambiente e socialmente inclusiva e culturalmente activa.

“Uma coisa é certa, não desistimos da Praia e, portanto, do nosso compromisso de ser oposição clara, franca, real e esta governação municipal, pois é este o nosso mandato, por mais difícil que seja. E não desistimos do nosso projecto, porque, apesar de tudo, ainda acreditamos que a capital da República de Cabo Verde tem futuro”, concluiu.

CM/JMV

Inforpress/Fim

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