São Filipe, 07 Jul (Inforpress) – A Câmara Municipal de Santa Catarina do Fogo acolhe, a partir de hoje, uma nova edição da exposição internacional sobre vulcanismo nas ilhas Macaronésias, enquadrada na exposição “Macaronésia 1975–2025” para celebrar os 50 anos da independência.
A exposição, organizada pelo Cabildo de Lanzarote em parceria com várias universidades das ilhas Canárias, destaca, através de pouco mais de 20 quadros, a herança vulcânica comum entre as ilhas da Macaronésia, com foco especial na ligação entre Cabo Verde e as Ilhas Canárias.
A abertura do evento contou com a presença de Gabriel Bettencourt, representante do governo da Gran Canária, que salientou que a exposição teve origem em 2021, após a erupção do vulcão Tajogaite, na Ilha de La Palma, nas Canárias.
A mostra, criada através do arquivo de fotografias históricas das Ilhas Canárias, do Cabildo de Gran Canaria, em colaboração com o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, e os governos dos Açores e da Madeira, visa promover o património histórico, natural e cultural comum da região.
“Enquanto preparávamos a exposição original sobre os 50 anos da independência de Cabo Verde, lembramo-nos de uma pequena mostra sobre o vulcanismo nas Canárias, e decidimos trazê-la ao Fogo. As semelhanças entre as nossas ilhas, na paisagem, arquitectura, gastronomia e modo de vida, são evidentes. Era fundamental destacar essa herança comum aqui em Santa Catarina”, afirmou Gabriel Bettencourt para justificar a exposição que está patente no edifício dos Paços do Concelho.
A exposição “Macaronésia 1975-2025”, que já passou por Gran Canaria (Fevereiro) e Madeira (Junho), está agora patente na Avenida dos Combatentes, na cidade da Praia, na sede do Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde, e agora na ilha do Fogo.
A exposição, que vai ficar patente ao público no hall da câmara de Santa Catarina, pretende não apenas relembrar a história das erupções, mas também estimular um novo olhar sobre o vulcanismo como potencial de desenvolvimento sustentável.
“As erupções não são apenas destruição. Temos de aprender a beneficiar do vulcão para a agricultura e o turismo, valorizando os recursos naturais para melhorar a vida das populações locais”, reforçou o representante das Canárias.
O presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina do Fogo, Manuel Teixeira, foi elogiado por Gabriel Bettencourt pelo seu empenho em projectos que valorizam a memória e identidade da região e deixou em aberto a possibilidade de novos projectos.
Presente na abertura da exposição, Manuel Teixeira disse que a amostra representa um “ganho enorme”, assim como o reforço da parceria que já existia entre todas as ilhas da Macaronésia.
“Quando tivemos contacto com esta exposição, vimos com grande prazer a importância que ela tem para a economia local, porque sabíamos que a erupção vulcânica da ilha do Fogo teria um ganho enorme para o nosso município”, disse o autarca.
Segundo o mesmo, a exposição é “extraordinária” e a câmara aceita-a como um presente que ficará para o município de Santa Catarina para que qualquer pessoa que visite o município tenha a oportunidade de ver a história das erupções vulcânicas, não só do Fogo, mas também de todas as ilhas da Macaronésia.
Já o presidente do conselho de administração do Arquivo Histórico de Cabo Verde, José Maria Borges, sublinhou que a iniciativa é resultado de uma série de parcerias internacionais.
“Esta exposição decorre de uma colaboração entre o Arquivo Nacional, a FEDAC, e os Cabildos de Lanzarote e Gran Canaria. Ela faz parte da celebração da autonomia e independência dos territórios da Macaronésia, e foca especialmente a história vulcanológica de regiões como Lanzarote e a ilha do Fogo”, destacou José Maria Borges.
A exposição “Macaronésia 1975–2025” é mais do que uma homenagem aos 50 anos de independência de Cabo Verde, é um apelo ao fortalecimento dos laços culturais e científicos entre os povos insulares do Atlântico.
Na abertura da exposição, os especialistas das Ilhas Canárias explicaram as várias erupções vulcânicas registadas nas Canárias, mas também todo o potencial ligado a este fenómeno que deve ser aproveitado, nomeadamente na agricultura e turismo, assim como as semelhanças existentes entre os dois arquipélagos.
JR/ZS
Inforpress/Fim
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