Porto Novo, 04 Set (Inforpress) – Associações de agricultores em algumas zonas do concelho do Porto Novo, Santo Antão, mostraram-se hoje preocupados com a demora na queda de chuvas no município e começam a admitir o espectro de mais um mau ano agrícola.
Abordados pela Inforpress, as associações de agricultores pediram ao Governo para ter em atenção a situação do município do Porto Novo, um dos mais áridos do País, numa altura em que se nota a demora na queda das precipitações, antevendo “mais um ano de dificuldades no campo”.
No Planalto Norte, o representante dos agricultores, Luciano Santos, disse que as pessoas estão já preocupadas e receiam que esta parcela do território municipal, um dos mais afectadas pela seca, venha a enfrentar “mais um ano difícil”.
“Já estamos em Setembro e continuamos à espera das chuvas. Estamos preocupados com a possibilidade de enfrentarmos mais um ano de seca no Planalto Norte”, avisou, exortando o Governo para ter em atenção a realidade desse planalto, que tem sido o rosto da seca em Cabo Verde.
Mesmo nas zonas de agricultura de regadio, como é o caso de Alto Mira, Ribeira dos Bodes e Ribeira das Patas, os agricultores começam a ficar apreensivos com o espectro de mais um ano de seca.
O representante da Associação dos Agricultores em Alto Mira, Idarlino Fortes, disse à Inforpress que a classe está aflita com a demora das chuvas, numa altura em que o caudal das nascentes está a diminuir drasticamente, sobretudo na parte mais alta desse vale (terceiro povoado e Faial).
O atraso na queda de chuvas está a ter impacto negativo no caudal das nascentes e furos em alguns vales agrícolas deste concelho, conforme os agricultores, sendo que a situação mais crítica se verifica em Alto Mira, Ribeira dos Bodes e na Ribeira da Patas.
Na Ribeira dos Bodes, o porta-voz dos agricultores Augusto Sanchas confirmou à Inforpress que os lavradores estão ansiosos à espera de chuvas para alimentar os furos e nascentes dessa zona, cujo caudal está a diminuir.
Nessa zona, os agricultores estão preocupados sobretudo com o furo na zona de Racantinho, onde a actividade agrícola está condicionada que a redução da disponibilidade de água, uma situação que afecta dezenas de famílias.
Também na Ribeira das Patas, onde a água utilizada para a agricultura provém de nascentes, os agricultores têm mostrado a sua inquietação face à demora na queda de chuvas, confirmou o representante da associação para o desenvolvimento integrado dessa bacia hidrográfica, Arlindo Delgado.
Nesta altura, segundo este agricultor, praticamente todas as nascentes estão a ressentir da demora da queda de chuvas.
JM/AA
Inforpress/Fim
Partilhar