Pesca: Proprietário de embarcação incendida apela à justiça e Governo promete apoio à retoma

Cidade da Praia, 14 Mai (Inforpress) – O proprietário da embarcação semi-industrial Peixe Rei II, destruída num incêndio na madrugada de segunda-feira, 12, no Porto da Praia apelou hoje à justiça e ajuda, em visita do primeiro-ministro que garantiu apoio à retoma da actividade.

Francisco Veiga falava esta manhã, aos jornalistas, depois do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, visitar o Estaleiro de Construção Naval Vá Comércio Lda onde foi construída a embarcação Peixe Rei II.

Segundo relatou, o incidente ocorreu por volta das 05:00 de segunda-feira e encontra-se sob investigação das autoridades policiais, não havendo ainda informação conclusiva sobre as causas do fogo.

O proprietário manifestou profunda consternação pelo incêndio que destruiu a embarcação construída de raiz e que ainda não tinha iniciado operações de pesca.

Explicou que, no domingo anterior, o construtor naval realizou um teste com o barco, circulando pela cidade com o objectivo de verificar os equipamentos e assegurar que a estrutura estivesse em conformidade antes da entrega.

De acordo com Francisco da Veiga, a embarcação foi devidamente estacionada e desligada da corrente eléctrica para prevenir qualquer curto-circuito, mas durante a madrugada, o navio foi consumido pelas chamas.

“Algumas pessoas que se encontravam no cais disseram que houve um desentendimento entre o construtor e um outro indivíduo no dia anterior, no entanto, eu não posso afirmar nada cabe à justiça fazer o seu trabalho”, afirmou.

O Peixe Rei II representava um investimento superior a 29 mil contos e estava equipado com tecnologia de ponta como GPS e sonar, com capacidade para operar como embarcação industrial.

Apesar de semi-industrial, avançou que a sua capacidade permitiria um retorno imediato do investimento.

O empresário destacou que contou com um apoio de 20% do Governo, no âmbito do plano de retoma, para concretizar o projecto, considerando que as instituições bancárias têm mostrado desconfiança relativamente ao sector das pescas.

“Agora temos de enfrentar o pagamento do empréstimo. Sabemos que os bancos não saem a perder, por isso vamos honrar os compromissos, mas precisamos de toda a ajuda possível — moral e financeira — para reerguer o projecto e manter a nossa credibilidade”, disse.

Por seu turno, Ulisses Correia e Silva, garantiu, que o Governo está a acompanhar a situação de perto e que, independentemente do resultado da investigação em curso, será prestado apoio à retoma da actividade.

“Este barco empregava 22 pessoas de forma directa e 17 indirectamente”, sublinhou o governante, para quem, para além da responsabilização, é “fundamental” garantir que esta embarcação retome a sua actividade económica.

Com 14 metros de comprimento, capacidade para 40 toneladas de pescado, o barco foi lançado ao mar no dia 14 de Abril e aguardava a certificação para iniciar as actividades de pesca.

AV/ZS

Inforpress/Fim