Parlamento: UCID considera OE 2025 despesista e eleitoralista sem foco no bem-estar público

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Parlamento: UCID considera OE 2025 despesista e eleitoralista sem foco no bem-estar público
06/11/24 - 04:11 pm

Cidade da Praia, 06 Nov (Inforpress) – O deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), João Santos Luís, criticou o Orçamento do Estado 2025, considerando-o “despesista e eleitoralista”, e que “não reflecte” uma verdadeira preocupação com o bem-estar público.

João Santos Luís, que discursava hoje na primeira sessão ordinária de Novembro, afirmou que o Governo "deixa cair a máscara" ao apresentar um orçamento “claramente” voltado para o ano pré-eleitoral, priorizando a destinação de mais de um milhão de contos para as despesas com deslocações dos governantes e da máquina estatal.

“Com um orçamento global superior a 97 milhões de contos, o Governo esqueceu-se mais uma vez dos idosos e das pessoas com necessidades especiais, mantendo-os em uma situação de pobreza extrema, com a manutenção dos míseros 6.000 escudos mensais, que não são suficientes para cobrir necessidades básicas como alimentação, medicamentos e habitação”, criticou.

O representante da UCID destacou ainda a “negligência” do Governo em relação a questões prementes de justiça social, como a dívida de mais de 600 mil contos aos ex-trabalhadores da EMPA, empresa extinta em 2003, e a falta de atenção às condições dos trabalhadores da empresa Justino Lopes, no Conselho de Santa Cruz.

O deputado da UCID mencionou ainda que os ex-militares da primeira incorporação de 1975 ainda aguardam a atribuição da pensão de sobrevivência, evidenciando a persistente falta de apoio a este grupo vulnerável.

João Santos Luís criticou também a “falta de alinhamento” do Orçamento do Estado com as promessas feitas pelo Governo no que diz respeito a investimentos em infra-estruturas e à melhoria das condições de vida das famílias cabo-verdianas.

“Este Orçamento não reflecte as políticas adequadas aos sectores essenciais e tampouco apresenta uma estratégia clara para o crescimento económico e o aumento da produtividade”, afirmou.

O deputado alertou que o aumento da dívida pública, somado ao serviço da dívida superior a 20 milhões de contos, terá um impacto negativo na atracção de investimentos e no acesso ao crédito para os projectos prioritários do país.

“A dívida interna, apontada como a mais perigosa, também apresenta uma trajectória ascendente, passando de 93 milhões de contos em 2023 para 104 milhões de contos em 2025, com o stock da dívida interna a alcançar 208 milhões de contos no próximo ano”, salientou.

Com o cenário de aumento da dívida e a falta de políticas eficazes para os sectores essenciais, João Santos Luís concluiu que o Orçamento de 2025 "não serve ao desenvolvimento sustentável do país" e "não garante o bem-estar da população, especialmente dos mais vulneráveis".

LFS/ZS

Inforpress/Fim

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