São Vicente: Artesãos do Quintal das Artes que sofreram perdas com a tempestade Erin reclamam apoio do Governo (c/áudio)

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São Vicente: Artesãos do Quintal das Artes que sofreram perdas com a tempestade Erin reclamam apoio do Governo (c/áudio)
17/09/25 - 02:34 pm

Mindelo, 17 Set (Inforpress) - Os artesãos do Quintal das Artes denunciaram hoje que ainda não receberam quaisquer apoios no quadro da recuperação anunciada pelo Governo, passados mais de um mês da tempestade Erin que causou estragos nos seus ateliês.

Esta informação foi avançada em conferência de imprensa pelo presidente da Comissão Instaladora da Associação dos Artesãos, Alcindo Vasconcelos, para quem os 13 artesãos, que trabalham naquele espaço, contabilizaram perdas de cerca de dois mil contos em equipamentos e materiais.

Segundo a mesma fonte, o grupo sente-se fragilizado porque desde a tempestade não consegue trabalhar para responder à demanda crescente com o aproximar da época turística.

“Não temos trabalhado, temos estado a limpar o Quintal das Artes e a fazer obras de conserto porque tivemos muitos prejuízos. Vamos nos reerguendo com esforços próprios. Houve um pacote que o Governo anunciou, que foi destinado pelo Ministério da Cultura para ajudar artesãos, fomos dos grupos mais afectados em São Vicente e até ainda não tivemos apoio”, criticou.

Segundo Alcindo Vasconcelos, se há alguma ajuda ela deverá chegar aos artesãos porque o próprio ministro da Cultura, Augusto Veiga, disse que a ajuda era urgente.

“Queremos satisfação, resposta e acção sobre isso”, exigiu a mesma fonte, informando que participaram numa reunião online com o ministro da Cultura, com a representação do Centro Nacional de Arte Artesanato e Design (CNAD), durante a qual o ministro pediu que enviassem os documentos sobre as perdas que tiveram com a tempestade.

“Saímos da reunião, viemos para o Quintal das Artes e reunimos todos os documentos e os enviamos ao CNAD e até ontem esses ainda não tinham chegado ao Ministério das Culturas”, criticou, reiterando que estão a fazer obras no Quintal das Artes com recursos próprios.

Conforme Alcindo Vasconcelos, este atraso na chegada do apoio acontece “porque a CNAD recebeu os seus documentos, mas também está a recolher documentos de outros artesãos, que nunca pertenceram ao Quintal das Artes e que talvez não tiveram perdas, para enviar ao Ministério da Cultura”.

Alcindo Vasconcelos disse que o grupo “tem informações seguras” que o ministro da Cultura chega a São Vicente na quinta-feira, mas “essa informação não partiu da CNAD”.

“Porque é que até agora o CNAD não nos avisou sobre a hora e o dia que o ministro estará aqui. Qual é o jogo por trás de tudo isso? Ouvimos dizer que o CNAD está interessado a tirar-nos daqui para nos levar para um lugar mais digno, mas fomos nós é que levantamos o Quintal das Artes”, questionou.

A mesma fonte, considerou que “não é o CNAD a dizer que outro lugar é mais digno”, porque, explicou, “o local está muito bem situado e tem tudo para que os artesãos consigam tirar o seu sustento”.

Por não terem documentos que lhes dêem a posse do espaço, Alcindo Vasconcelos avançou que já criaram uma comissão instaladora para tratar do assunto e defender os interesses dos artesãos.

CD/ZS

Inforpress/Fim

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