Cidade da Praia, 11 Abr (Inforpress) – A neurologista do Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN), Antónia Fortes, indicou hoje que uma em cada 100 pessoas com idade acima de 60 anos pode desenvolver a doença de Parkinson.
Antónia Fortes avançou estes dados à Inforpress, referente a um estudo epidemiológico realizado pelo serviço de Neurologia em 2021, durante a mesa de informação promovida pela Fundação Doenças do Movimento em Cabo Verde para apresentar um grupo de apoio aos pacientes diagnosticados com a doença do movimento e consciencializar para importância de detectar precocemente os sinais.
De acordo com a médica, a partir dos 80 anos, este risco tende a aumentar, ou seja, 10 em cada 100 pessoas podem ser diagnosticadas com a doença.
Antónia Fortes ressaltou que, no caso de Cabo Verde, devido ao envelhecimento da população, têm verificado um aumento desse número ao longo dos anos, garantindo que, no momento, não pode precisar a quantidade de pacientes atendidos no serviço hospitalar.
Os pacientes dão entrada com suspeita da doença, avançou, sublinhando que a síndrome de depressão tem sido uma das causas do desenvolvimento de Parkinson, que apresenta de entre outros sintomas, a diminuição do movimento, rigidez muscular e dificuldades em urinar.
“Actualmente como somos mais neurologistas, temos organizado melhor as consultas e acredito que temos dado boa resposta, inclusive, no início do ano organizamos uma consulta que, aparentemente, é para demência, mas a doença de Parkinson foi enquadrada devido aos riscos de desenvolvimento”, afirmou, avançando que são quatro especialistas no HUAN.
De acordo com a médica, os pacientes têm acesso ao tratamento como sessões de fisioterapia, terapia de fala e ocupacional, e aos medicamentos para nivelar e aliviar as sintomatologias, reiterando que o tratamento não é 100% gratuito e há medicamentos que são custosos para o doente.
Quanto ao atendimento, é feito igual as outras consultas, visto que o paciente deve ser encaminhado do serviço do Centro de Saúde sob a suspeita da doença, para assim ser confirmado o diagnóstico na ala de neurologia.
“É uma doença neurodegenerativa, lentamente progressiva que afecta partes do cérebro que controla o movimento. É a segunda doença neurodegenerativa que fica após a doença de Alzheimer”, explicou.
O Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson foi estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1998, e tem como objectivo conscientizar sobre a doença e as possibilidades de tratamento para que o paciente e sua família tenham uma melhor qualidade de vida.
Dados da OMS mostram que, aproximadamente, um por cento (%) da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença.
LT/HF
Inforpress/Fim
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