
Paris, 23 Out (Inforpress) - O economista francês Philippe Aghion, um dos três académicos distinguidos este ano com o prémio Nobel da Economia, sustenta que é preciso "redirecionar as empresas para a inovação verde".
A agenda verde "será, tal como a Inteligência Artificial, um dos grandes setores que irá gerar novos postos de trabalho", além de combater o aquecimento global, adianta.
Para Aghion, este objetivo pode ser alcançado com "uma mistura entre preços do carbono e taxas do carbono, por um lado, e uma política industrial verde, por outro. É um pouco como a cenoura e o cacete".
Dias antes de ser distinguido com o prémio Nobel da Economia, em conjunto com Peter Howitt e também com o historiador da economia Joel Mokyr, Philippe Aghion foi entrevistado, por videochamada, pelo presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Nuno Cunha Rodrigues, e pela administradora Ana Sofia Rodrigues.
A entrevista vai ser exibida durante a VII Conferência de Lisboa sobre Direito e Economia da Concorrência, a decorrer hoje e sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.
Considerando que a Europa "fixou demasiados preços e demasiados impostos sobre o carbono, mas não fez o suficiente de política industrial verde", Aghion contrapôs os exemplos dos EUA e da China, países que adotaram as medidas corretas e estão agora a fazer "muita inovação verde".
"Não devemos perder a corrida. Precisamos de competir com eles", afirmou, defendendo que os dois instrumentos - preços e impostos e política industrial - devem estar sempre "lado a lado".
"O aquecimento global tem muito a ver com o crescimento, mas é claro que a minha conclusão não é no sentido de que devemos ter decrescimento, porque sabemos o que decrescimento significa para os países em desenvolvimento. Significa fome e pobreza", concluiu.
Philippe Aghion foi distinguido com o Prémio Nobel da Economia, em conjunto com o canadiano Peter Howitt, pela "teoria do crescimento sustentado através da destruição criativa".
É professor no Collège de France e no INSEAD, em Paris, e professor visitante na London School of Economics and Political Science (LSE), em Londres.
Ocupou também cargos académicos de relevo na University College London (UCL), na Universidade de Oxford na Grã-Bretanha, no MIT e na Universidade de Harvard, nos EUA.
Em França, foi um dos principais conselheiros económicos do Presidente Emmanuel Macron, na altura da sua primeira eleição.
Inforpress/Lusa
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