
Cidade da Praia, 04 Dez (Inforpress) - A missão médica da Fundação Clarós, liderada pelo otorrinolaringologista Pedro Clarós, realizou no Hospital Agostinho Neto (HAN) cerca de 80 cirurgias especializadas e reforçou simultaneamente a formação das equipes nacionais.
Em conferência de imprensa na Praia para o balanço da missão médica em Cabo Verde, o chefe da missão, Pedro Clarós, avançou que as intervenções envolveram procedimentos de elevada complexidade, sobretudo ao nível do ouvido médio, beneficiando pacientes de várias ilhas.
Pedro Clarós elogiou o progresso do hospital e considerou que a evolução estrutural e técnica do HAN permite hoje um nível de trabalho comparável a unidades europeias.
“O hospital se desenvolveu extraordinariamente. O que conheci pela primeira vez e o actual não têm nada a ver. Estamos no nível de um hospital europeu e felicito todos pelo trabalho extraordinário”, enalteceu, afirmando que a equipa manteve um ritmo intenso de atendimentos.
Segundo especialistas, foram realizadas entre 70 e 80 consultas muito intensas e, antes das cirurgias de cada manhã, foram realizadas ainda mais consultas.
“Temos um programa cirúrgico extenso e ainda nos resta hoje e amanhã. Creio que vamos fazer um grande trabalho”, garantiu.
Por sua vez, a directora do serviço de otorrinolaringologia do HUAN, Carmen Almeida, sublinhou que desde segunda-feira já foram realizadas cirurgias em vários pacientes, incluindo cinco intervenções no primeiro dia.
“Para o serviço ou para o hospital, não é muito importante o número, senão a qualidade, o tipo de cirurgia que está a ser realizado. Porque não são cirurgias fáceis e são cirurgias que evitam a evacuação”, explicou.
Entre as principais intervenções realizadas, disse, estão cirurgias para tratar otosclerose, uma doença do ouvido médio que provoca perda de audição, sobretudo em pacientes jovens.
A cirurgia requer uma prótese auditiva interna que não existe no mercado nacional, tornando indispensável a evacuação que agora se evita graças aos equipamentos trazidos pela missão, assegurou Carmen Almeida.
A médica informou ainda que há pacientes de todas as ilhas, incluindo Santo Antão e Brava, beneficiados pelas intervenções e que a equipa prevê prolongar o horário cirúrgico para operar todos os casos programados.
Além das consultas e cirurgias, as missões incluem um componente importante de formação contínua, iniciada em 2015. Pedro Clarós mantém em Barcelona uma oficina internacional onde profissionais de vários países praticam técnicas cirúrgicas do ouvido, mas também realiza formação no próprio HAN.
“Também deixou aqui entender que não são só as consultas, as cirurgias, os donativos. Há também aqui um aspecto de formação nas missões”, disse destacando que o hospital conta com três otorrinos, o cirurgião maxilo-facial Laurindo, e ainda os cinco médicos de oftalmologia.
LT/ZS
Inforpress/Fim
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