Ministro classifica projecto Nortuna de “transcendental” e o futuro da aquicultura a nível nacional (c/áudio)

Mindelo, 19 Set (Inforpress) – A aquicultura tem um “grande potencial” em Cabo Verde e o projecto que a empresa Nortuna está a desenvolver em São Vicente será o futuro da actividade a nível nacional, declarou o ministro do Mar.

Jorge Santos foi hoje às instalações do laboratório e dos estaleiros do projecto industrial para aquicultura e processamento do atum rabilho do Atlântico, na praia do Flamengo, pela primeira vez nesta qualidade, e classificou o projecto de “transcendente e sustentável”, e que exige “muita tecnicidade e investigação”.

A aquicultura ou aquacultura é o ramo da Zootecnia que estuda a produção racional de organismos aquáticos, como peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis e plantas aquáticas para uso do homem. Os peixes de aquacultura são alimentados de ração.

“E esta experiência, em que tudo o que é experimentado, o conhecimento que é desenvolvido aqui, é depois transposto para a criação e a promoção empresarial desta indústria de produção do atum rabilho”, precisou a mesma fonte.

Aliás, Santos designou o atum rabilho “do ouro de Cabo Verde”, um peixe “muito qualificado” nos mercados internacionais, não só no Japão, como nos Estados Unidos e Europa, de “alta qualidade” e também de “alto valor” de mercado.

Para além do atum rabilho, actualmente a Nortuna procede à experiência de criação da espécie esmoregal e da corvina, peixes “altamente qualificados” no mercado Cabo Verde e também no mercado internacional.

“Vamos ter mais experiências a nível nacional”, prosseguiu o ministro, após ouvir as explicações dos promotores do projecto, sendo certo que a Nortuna pensa também investir em Santo Antão e em São Nicolau e, nessas três ilhas, produzir “milhares de toneladas” de atum rabilo, de esmoregal, de corvina e também outras espécies, “um complemento ao sector das pescas e a aquicultura a nível nacional”.

Por isso, o ministro do Mar disse que o seu ministério tem estado a acompanhar “de perto” a experiência e a actividade da Nortuna para criar “todas as condições” para o desenvolvimento desta indústria, que será o futuro da aquicultura a nível nacional.

Actualmente, trabalham no laboratório/estaleiro da Nortuna 25 técnicos especializados de Cabo Verde, Noruega e Espanha, para além de cerca de 50 prestadores de serviço em diversas áreas.

“É gente altamente qualificada produzindo conhecimento que será transposto para o mercado e para a promoção empresarial”, sintetizou o ministro do Mar.

A empresa conta colocar no meracdo, em 2025, 600 toneladas de esmoregal.

Em Março de 2021, o então ministro da Economia Marítima, Paulo Veiga, assinou com a Nortuna um acordo de parceria no âmbito da implementação do projecto, e que o declarava de “excepcional interesse” no quadro da estratégia de desenvolvimento socioeconómico do país.

Isto tendo em conta “o impacto que terá na criação de emprego, formação profissional e o aumento quantitativo e qualitativo da economia nacional”.

AA/CP

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