Cidade da Praia 14 Mar (Inforpress) – O ministro da Saúde defendeu hoje a necessidade de reorganização dos serviços para que 2025 seja um ano de engajamento e mudança a nível do acesso das tecnologias básicas de saúde na luta contra o cancro.
Jorge Figueiredo fez estas afirmações durante a sua intervenção na cerimónia de abertura oficial de "2025 - Ano do Cancro" sob o lema “O cancro não pode vencer: Sperança e nôs força, union é nos kura”, no âmbito das iniciativas “Anos de promoção da saúde”, organizada pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP).
“Temos que reorganizar o nosso sistema de modo que as mulheres possam ter o acesso facilitado ao sistema de saúde, ser controladas através da palpação. Mas, hoje em dia a palpação não é suficiente. Para isso, conforme a solidariedade, possam ter acesso a exames de imagiologia capazes de diagnosticar precocemente esta situação”, declarou.
Considerou, neste sentido, “fundamental” que os técnicos da saúde sejam igualmente “cada vez mais capacitados” no diagnóstico precoce das patologias oncológicas.
“Esta doença merece o cuidado, mas não é um cuidado apenas na capital do país. Vamos tentar que o ‘Ano do Cancro’ seja um ano de mudança a nível das tecnologias básicas de saúde, que possam atender a mulher e ao homem lá onde elas estão. O cancro é uma situação complicada, holística, não é um problema é uma consequência para a saúde”, realçou.
Alertou, no entanto, para a necessidade de mudança de vida e adopção de hábitos saudáveis, isto porque, sustentou, a forma como as pessoas escolhem viver irá impactar as suas vidas e se farão ou não parte do grupo de pessoas que vivem até os 80 anos, conforme a esperança média de vida em Cabo Verde.
“Mas as razões estão fora da saúde. São a alimentação que nós fazemos, os hábitos, o contato com o nosso ambiente, portanto, temos que trabalhar a saúde, uma só saúde para que possamos transmitir às pessoas qual deve ser a sua atitude perante a saúde e perante a doença”, acrescentou.
Por seu turno, a presidente do INSP, Maria da Luz Lima explicou que a escolha da iniciativa “2025, Ano do Cancro”, visa essencialmente chamar a atenção das pessoas sobre a existência desta problemática e fazer uma abordagem da mesma de forma integrada e multissectorial para a redução da incidência e da mortalidade por cancro em Cabo Verde.
Segundo a mesma fonte, ao longo do ano em curso serão desenvolvidas acções e campanhas de sensibilização, por forma a aumentar o conhecimento da população sobre os fatores de risco, incentivar a adopção de hábitos de vida saudáveis, fortalecer a investigação científica, apoiar a promoção do rastreio e diagnóstico precoces e o acesso equitativo a tratamentos eficazes.
“O cancro é uma realidade que afecta milhares de cabo-verdianos. Não só os doentes ou pacientes, mas também os familiares, amigos e a comunidade e os profissionais de saúde em geral. Sabemos que a luta contra esta doença exige prevenção”, disse.
Considerou, por outro lado, importante trabalhar o estigma que o cancro constitui na comunidade, com destaque para o meio rural, onde, lembrou, nem todas as pessoas tem acesso às informações sobre esta doença.
“Este ano, queremos que seja um ano de compromisso, de reflexão e acção conjunta para enfrentarmos um dos maiores desafios de saúde pública no nosso país. Está entre as três ou quatro principais causas de morte em Cabo Verde, em geral”, realçou, defendendo a necessidade de reforço da literacia através do conhecimento científico e mobilização de recursos na luta contra o cancro.
Em Cabo Verde, o cancro está incluído nas três principais causas de morte sendo que o do aparelho digestivo é a primeira causa de morte por cancros, de acordo com o último relatório estatístico publicado pelo Ministério da Saúde.
Os dados mais recentes do Ministério da Saúde revelam que no ano de 2022 foram diagnosticados 442 novos casos de cancro. distribuídos por sexo, foram 219 casos masculinos e 223 casos femininos.
CM/AA
Inforpress/Fim
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