Cidade da Praia, 13 Mai (Inforpress) – O ministro da Saúde declarou hoje que a saúde mental, 50 anos após a independência, continua como “o parente mais pobre” de todo o sistema, que combateu as doenças infectocontagiosas e está sendo atacado pelo não transmissível.
“Temos problema sério e reconheço que a saúde mental é o parente mais pobre de todo o sistema de saúde. Estamos preocupados em enfrentar esses problemas, que têm a ver com a questão do consumo de droga, álcool e as bocas de fumo, um pouco por todo o lado, e com o comércio internacional da droga, que não é um problema da saúde”, disse Jorge Figueiredo, em entrevista à Inforpress.
Segundo o governante, a saúde mental, que se torna um problema da saúde devido aos resultados do consumo excessivo da droga e álcool, deve ter uma resposta multissectorial, com a responsabilidade de todos, famílias, Ministério da Saúde e outros ministérios, Governo, ONG e sector privado.
“O Ministério da Saúde não deve ser o único a tratar disso. Onde estão as famílias? A saúde faz o seu possível, mas sabemos que não está correto e nada bem, mas é o nosso papel tratar, pelo que devemos estudar, trabalhar, analisar, articular e apresentar aqui e ali soluções importantes que possam impactar positivamente”, ressaltou.
Apesar disso, Jorge Figueiredo reconheceu que a sociedade organizada, as ONG e as igrejas estão trabalhando com efeitos “extremamente positivos”, mas que têm “resultado insuficiente”.
Por este motivo, disse acreditar que os desafios do futuro neste sector passam “um pouco pela resposta cada vez de maior qualidade” e a nível dos hospitais secundários.
“Quando eu trabalhava as nossas doenças eram infectocontagiosas. As infectocontagiosas, quase todas, foram eliminadas. Não temos sarampo e nem pólio. Temos todas as doenças controladas pelas vacinas”, afirmou, sublinhando que Cabo Verde, nesta matéria, tem um calendário de vacina que inclui o HPV para prevenção do cancro do colo de útero e do cancro da próstata.
Ainda segundo Jorge Figueiredo, o que preocupa o sector, de momento, são as doenças não transmissíveis como a diabetes, a hipertensão, o infarto do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC), a que se está paulatinamente a melhorar respostas por condicionarem a qualidade de vida da população.
“É isso que nós estamos a fazer. Trabalhamos analisando a nossa população do ponto de vista demográfico e das condicionantes da saúde que vão aparecendo para que possamos criar serviços e especialidades para responder”, concluiu, reforçando que o que preocupa o sector, neste momento, é a sanidade.
PC/AA
Inforpress/Fim
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