Marrocos celebra 50 anos da Marcha Verde e consolida Saara como polo de desenvolvimento

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Marrocos celebra 50 anos da Marcha Verde e consolida Saara como polo de desenvolvimento
06/11/25 - 01:00 pm

Cidade da Praia, 06 Nov (Inforpress) – Cinquenta anos após o seu lançamento, a Marcha Verde continua a ser um símbolo da coesão entre o Trono e o povo marroquino e da legitimidade histórica do Saara, representando também “uma lição eterna de coesão nacional”.  

Em nota enviada à Inforpress, o Governo reconhece à data não apenas como uma homenagem ao passado, mas como um momento de reforço da memória colectiva, da unidade nacional e da transmissão do espírito da marcha às gerações futuras.

Sob o reinado de Mohammed VI, a continuidade diplomática se reflecte em projectos de desenvolvimento e infra-estrutura nas províncias do Sul, como o porto de Dakhla Atlantique e a via rápida Tiznit-Dakhla, baseados na regionalização avançada e na participação das comunidades locais.

Estas províncias tornaram-se um eixo estratégico para o reposicionamento africano de Marrocos, promovendo cooperação Sul-Sul e inclusão social.

No dia 31 de Outubro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou uma resolução histórica, considerada um ponto de viragem no longo processo de resolução do conflito em torno do Saara marroquino.

O Rei Mohammed VI qualificou este momento como uma consagração diplomática e uma oportunidade histórica para pôr fim a um conflito que, segundo as autoridades marroquinas, sempre foi artificial.

O monarca salientou que dois terços dos Estados-Membros da ONU consideram a Iniciativa de Autonomia de Marrocos como o único quadro válido, resultado de uma diplomacia paciente e de uma estratégia política iniciada na década de 2000 e intensificada após o reconhecimento da soberania marroquina sobre o Saara pelos Estados Unidos em 2020.

O Rei agradeceu ainda a outros parceiros internacionais, incluindo França, Reino Unido, Espanha, Rússia e União Europeia que contribuíram para esta mudança.

Um dos pontos centrais do discurso real foi a redefinição do Saara “não mais como um território disputado, mas como uma alavanca de desenvolvimento regional”, sublinhando que as Províncias do Sul são agora um polo de desenvolvimento, estabilidade e eixo central da actividade económica, integrando-se nos circuitos económicos regionais e internacionais.

O discurso foi proferido na véspera dos aniversários da Independência (1956) e da Marcha Verde (1975), estabelecendo uma continuidade histórica entre a libertação do território nacional e a integração do Saara, legitimando a presença marroquina como um regresso à unidade natural do reino.

Além da dimensão diplomática e económica, o Rei destacou a importância de consolidar a participação social das comunidades locais no processo de desenvolvimento.

Programas de inclusão, formação profissional e incentivo ao empreendedorismo são considerados fundamentais para que o progresso das províncias do Sul beneficie directamente as populações, garantindo estabilidade e coesão social.

A celebração do cinquentenário da Marcha Verde constitui ainda uma oportunidade para reafirmar a visão de Marrocos como um país comprometido com a paz, a cooperação regional e a projecção internacional.

Ao integrar o Saara no tecido económico e social do país, o reino reforça a sua posição estratégica no continente africano e sublinha a importância da diplomacia preventiva e do desenvolvimento sustentável como pilares da unidade nacional.

LT/HF

Inforpress/Fim

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