Lula diz que vai recandidatar-se para que “nunca mais” a extrema-direita governe o Brasil

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Lula diz que vai recandidatar-se para que “nunca mais” a extrema-direita governe o Brasil
05/11/25 - 08:08 am

Belém, Brasil, 05 Nov (Inforpress) - O Presidente brasileiro, Lula da Silva, afirmou hoje que vai recandidatar-se para que "nunca mais alguém de extrema-direita, negacionista", governe o país.

"Eu sei da dificuldade, mas, se depender de mim, nunca mais alguém de extrema-direita, negacionista, vai governar esse país", disse Lula da Silva, durante uma entrevista com seis agências internacionais, entre as quais a Lusa, a dois dias da cimeira de líderes que antecede a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30) na cidade amazónica de Belém.

O chefe de Estado brasileiro, de 80 anos, disse ainda que a sua missão é fazer com que o povo compreenda "a diferença da democracia com o autoritarismo".

Em outubro, Lula da Silva quebrou, finalmente o ‘tabu’ e anunciou a recandidatura às eleições de outubro de 2026, durante a sua viagem à Indonésia.

Aos 80 anos, indicou que, para ser candidato, é necessário ter saúde, mas assegurou ter bastantes cuidados, adiantando que se encontra no melhor momento da sua vida, em termos pessoais e políticos.

Lula da Silva lidera todos os cenários de intenção de voto face a qualquer um dos prováveis candidatos. Caso vença, será a primeira vez que um mesmo candidato exerce por quatro vezes a chefia de Estado no Brasil.

Jair Bolsonaro, impedido de concorrer a quaisquer eleições nos próximos oitos anos, ainda não disse quem será o seu sucessor político.

Para além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil começa a apreciar, a 07 de novembro, o recurso apresentado pelo ex-Presidente contra a condenação de mais de 27 anos de prisão.

Em 11 de setembro, Bolsonaro e sete dos seus mais próximos colaboradores, entre antigos ministros e altos comandos militares, foram condenados por orquestrarem um golpe após perderem as eleições de 2022, vencidas pelo atual Presidente, Lula da Silva.

O ex-chefe de Estado recebeu a pena mais severa de todas por ter sido considerado o líder da "organização criminosa" que procurou "perpetuar-se no poder".

A sentença foi publicada em 22 de outubro, data a partir da qual se abriu o prazo para apresentação de recursos.

Contudo, este primeiro recurso não avaliará o mérito da condenação e limitar-se-á apenas a questões formais.

A defesa de Jair Bolsonaro pediu na segunda-feira ao STF a redução da pena, num recurso em que alegou que o direito à ampla defesa foi violado.

Os advogados de Bolsonaro alegaram que o ex-chefe de Estado foi condenado com base numa confissão "viciada e contraditória" de um dos seus ex-assessores, bem como erros jurídicos do STF, ao puni-lo por golpe de Estado e por abolição violenta do Estado democrático de direito, que consideram ser o mesmo crime.

Antes da execução da sentença, a defesa do ex-Presidente ainda poderá apresentar outro recurso.

Uma vez julgados os recursos, mantendo-se a condenação, o STF deverá ordenar a execução das penas e definir onde serão cumpridas.

Bolsonaro, de 70 anos, encontra-se em prisão domiciliária na sua residência em Brasília, desde Agosto.

Inforpress/Lusa

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