Cidade da Praia, 05 Jul (Inforpress) – O presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, disse hoje rever-se nos discursos dos partidos políticos que o antecederam, mas, sublinhou, na parte que inspiram os jovens a continuarem a construir Cabo Verde de esperança de Norberto Tavares.
“Em 1975, num dia como hoje, a Assembleia Nacional de Cabo Verde, pela voz do seu primeiro presidente, proclamava a independência nacional, um dos momentos mais altos da história da nação cabo-verdiana”, afirmou o líder do parlamento cabo-verdiano, para quem a independência do país “não foi uma dádiva”.
Na sua perspectiva, foi uma conquista do povo cabo-verdiano, que cansado da condição de subjugação colonial, não obstante as agruras do caminho, deu de si tudo o que pôde, “na firme esperança de transformar sonhos em realidade de um amanhã mais auspicioso”.
Austelino Correia fez estas considerações durante a cerimónia de comemoração dos 50 anos de Cabo Verde como nação independente, que contou com a presença de vários chefes de Estado e representantes de países amigos.
Para Austelino Correia, o 5 de Julho de 1975 permanece como um “marco indelével da autodeterminação” do povo cabo-verdiano e de “suprema importância” na edificação do Estado soberano e na integração do país como um membro de pleno direito no concerto das nações.
Referindo-se aos protagonistas da independência de Cabo Verde, destacou Amílcar como o “principal” entre os homens e mulheres que agarraram as armas ou no campo das ideias, da cultura e da educação.
“Se é verdade que a independência é obra do povo cabo-verdiano, porém, manda a honestidade intelectual e a paz com a nossa história aceitar que ela luziu nestas ilhas vertidas no Atlântico porque houve quem acreditasse, houve quem lutasse agarrado às armas ou no campo das ideias, da cultura e da educação”, lançou Correia.
O presidente da Assembleia Nacional apelou aos cabo-verdianos para que não percam o fio da sua história e não se esqueçam o que a independência representa para o país, o que ela custou para o povo, depois de um “longo período colonial de mais de cinco séculos”.
Segundo Correia, os pontos de vista diferentes expressos pelos partidos com assento parlamentar são “passos importantes para a reflexão, inspiração e mobilização de todos na perseguição do caminho de desenvolvimento e bem-estar, cuja primeira pedra foi lançada no dia 5 de Julho de 1975 com a Proclamação da Independência Nacional”.
Para ele, a segunda pedra para alicerce de Cabo Verde foi lançada no dia 13 de Janeiro de 1991, Dia da Liberdade e da Democracia, por ser esse dia em que se realizaram no país as primeiras eleições livres e pluripartidárias, enquanto a terceira, disse, aconteceu com a “aprovação da Constituição Democrática de 1992, que viria a consagrar um Estado de Direito Democrático”.
Ao longo dos 50 anos de país independente e 35 anos de Estado democrático de direito, acrescentou, o país vem somando “ganhos respeitáveis”, quer em termos da transformação do tecido social, económico e cultural, como em sector chave, como a educação, a saúde e a justiça, entre outros.
“O crescimento económico tem tido impacto directo e indirecto na elevação do nível de vida e no bem-estar das pessoas e famílias”, lançou o presidente do parlamento.
Austelino Correia destacou os ganhos do país ao longo dos 50 anos, admitindo que existem “enormes desafios” pela frente, que, no seu dizer, “agravados pelo contexto internacional de muita imprevisibilidade e incerteza”.
“O país enfrenta uma dupla transição demográfica e epidemiológica, caracterizada pelo envelhecimento gradual da população e pelo crescimento da carga de doenças crónicas não transmissíveis”, alertou Austelino Correia.
No dia 04 de Julho de 1975, os 56 deputados eleitos a 30 de Junho, representando os 24 círculos eleitorais do país, reuniram-se pelas 16:30 no Salão Nobre da Câmara Municipal da Praia.
Nessa sessão, além do texto da proclamação da República de Cabo Verde, foi aprovada, por unanimidade, a Lei da Organização Política do Estado (LOPE) que atribuiu a Amílcar Cabral o título de Fundador da Nacionalidade.
A Independência Nacional foi proclamada no dia 05 de Julho de 1975 pelo presidente da Assembleia Nacional Popular, Abílio Duarte, no Estádio da Várzea, na cidade da Praia".
LC/ZS
Inforpress/Fim
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