ONTP considera missão à ilha do Sal positiva e alerta para necessidade de acção imediata

Inicio | Sociedade
ONTP considera missão à ilha do Sal positiva e alerta para necessidade de acção imediata
30/10/25 - 02:58 pm

Santa Maria, 30 Out (Inforpress) - O presidente interino do Observatório Nacional do Tráfico de Pessoas (ONTP) fez hoje um balanço “muito positivo” da missão à ilha do Sal após encontros com diversas instituições, mas alertou que a ilha exige uma resposta imediata.

José Luís Vaz, que falava à comunicação social após mais um encontro com instituições parceiras na ilha do Sal, em jeito de balanço, sublinhou ter recolhido junto destes, contributos cruciais, para um plano de acção local e proactiva face às vulnerabilidades identificadas, apesar da ausência de dados concretos.

"Estamos muito satisfeitos com a nossa missão, até porque ficou claro que essa missão era necessária e o que também percebemos é que precisamos agir (...) embora não haja dados ainda em termos de estudos, a percepção é de que devemos estar alerta e devemos agir imediatamente", explicou.

A dinâmica da ilha do Sal, impulsionada pelo turismo, continuou a mesma fonte, apresenta desafios distintos que exigem uma resposta adaptada.

“Percebemos que há uma dificuldade na identificação de vulnerabilidades. Foi destacada a dificuldade em distinguir crianças em situação de vulnerabilidade, como aquelas a pedir esmola, de crianças residentes”, frisou.

Quanto ao acesso ao público-alvo, José Luís Vaz sublinhou que a “dinâmica laboral intensa” da ilha dificulta o alcance das campanhas preventivas junto do público-alvo.

O ONTP reconhece que é necessário "ir aos locais de trabalho" para garantir o acesso às pessoas, dado que a participação em reuniões com pais, por exemplo, é baixa devido aos horários de trabalho.

Para responder a esta problemática, aquele responsável entende que a acção deve ser multissetorial, pelo que apelou ao envolvimento de todos os intervenientes sociais.

Estes incluem o sector privado, como operadores turísticos e agências, e instituições públicas como o Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), Polícia Nacional (PN) e Polícia Judiciária (PJ).

Em termos de soluções, a mendicidade infantil, por exemplo, no entender do presidente interino, “não se resolve apenas com informação, mas também com a abordagem de factores estruturais”.

“É crucial colmatar a carência de centros de acolhimento e estruturas de apoio para crianças, e criar condições de formação para jovens que já estão fora do sistema de ensino, porque as vulnerabilidades estão interligadas e a sensibilização deve ser complementada por acções em níveis mais estruturais para uma minimização eficaz dos factores de risco”, concluiu.

Os subsídios recolhidos servirão agora de “base fundamental” para a construção do plano de acção local, alinhado com as necessidades actuais da ilha do Sal.

NA/ZS

Inforpress/Fim

Partilhar