Cidade da Praia, 06 Mai (Inforpress) –– O ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, destacou hoje que Cabo Verde registou uma “evolução significativa” no sector da Saúde nos últimos 50 anos, com “melhorias visíveis” em recursos humanos, infraestruturas, diagnósticos e esperança de vida.
A afirmação foi feita em entrevista à Inforpress, em que abordou os ganhos do sector desde a independência.
O governante apontou que em 1975 havia entre oito a dez médicos e cerca de 30 enfermeiros no país, números que contrastas com os cerca de 500 médicos e mil enfermeiros, actualmente.
“Temos técnicos das várias áreas da saúde, nomeadamente farmácia, psicologia, fisioterapia, atendimento dos cuidados sociais, sociólogos e dos especialistas nas várias áreas da medicina, como a Oncologia, Cirurgia, Ginecologia, Pediatria, Neurocirurgia e Neurologia”, apontou, ressaltando que, praticamente nessas áreas, houve uma “grande melhoria” nos últimos 12 ou 15 anos, que classificou de “transformações significativas”.
Sobre a evolução do sector, destacou os progressos na esperança média de vida, que passou de 55 anos, em 1975, para 80 anos nas mulheres e 74 nos homens, em 2025, e a mortalidade infantil que rondava os 110 por mil, baixou para 10 e 14 por mil.
Quanto à mortalidade, destacou que também houve avanços, sublinhando que, há 50 anos, 98 por cento (%) dos partos ocorriam em casa e que hoje praticamente 100 % são realizados em ambiente hospitalar.
“A esperança de vida para aqueles que têm partos mais precoces, com menos de 30 semanas de gravidez e pesos mais baixos por parte dos bebés, a sobrevivência era extremamente reduzida, em torno dos 8 a 10%. Agora com as neonatologias na Praia e em São Vicente, as taxas de sobrevivência se encontram em torno dos 96 a 98%”, explicou.
Ainda segundo o governante, de cada 100 crianças que nasceram com baixo peso, situações mais graves e que resultaram sistematicamente à morte, hoje têm uma sobrevivência garantida em torno dos 96 a 98 %.
Para chegar a estes dados, frisou que foi necessário o reforço da capacidade técnica e diagnóstica, com a instalação de serviços como tomografia axial computadorizada, radiologia e unidade de neonatologia, bem como o funcionamento em rede dos laboratórios.
O avanço, lembrou também, deveu-se ao aumento da rede hospitalar, com dois hospitais centrais, quatro regionais e 35 centros de saúde, além de unidades sanitárias de base, e a construção de blocos operatórios nas ilhas de Boa Vista e São Nicolau.
Apesar dos avanços, reconheceu ainda a existência de desafios como o acesso desigual entre as ilhas, a humanização dos serviços e a sobrecarga das urgências com casos que não são prioritários.
Por fim, realçou que o Governo está comprometido com um “upgrade gradual e permanente” do Sistema Nacional de Saúde.
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Inforpress/Fim
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