Santa Maria, 13 Mar (Inforpress) - O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, sublinhou hoje que a África, apesar dos desafios, é um continente de oportunidades, destacando que até 2050, um quarto da população mundial será africana.
Olavo Correia fez essa afirmação durante a sua intervenção na mesa redonda ministerial, sobre os desafios e oportunidades nos mercados lusófonos.
No seu entender, África é um continente rico em matérias primas, em fontes de energia, e em termos de mão-de-obra destacou a população jovem.
“É um continente rico em terras para a agricultura, mas é um continente que tem ainda vários desafios, e esses desafios podem ser convertidos em oportunidades de negócio, nos mais diversos domínios, da indústria, da agricultura, do comércio, ao nível da acção climática, da acção energética, construção e da economia azul”, destacou.
Neste sentido, defendeu a necessidade de ter uma “África diversificada e resiliente” em termos económicos, mas para isso defendeu que é preciso investimentos públicos e privados nas diferentes áreas.
“Se nós não conseguirmos fazer isso, dificilmente conseguiremos criar empregos qualificados para os nossos jovens que hoje estão cada vez mais qualificados, e que demandam empregos cada vez mais qualificados e melhor remunerados”, frisou.
“Portanto nós temos que trabalhar agora em conjunto, com parcerias público-privadas, parcerias com instituições financeiras internacionais, bancos de desenvolvimento, por forma que criemos um ecossistema público e privado capaz de atrair investimentos privados, porque só pela via do orçamento não conseguiremos nem investimentos em termos de escala”, continuou.
Olavo Correia defendeu que a criação de um “ambiente facilitador” é crucial, e neste caso disse que os países têm conseguido, mas “é preciso melhorar” e com “maior velocidade”.
“Nós precisamos de um Estado inteligente, de um bom ambiente de negócio, de um bom clima de investimentos e precisamos de previsibilidade e de rapidez nas respostas, com um Estado também capaz de atrair e reter o sector privado”. sublinhou.
Concluiu, afirmando que o que se pretende é ter instituições focadas nos resultados, que são empregos qualificados, bem remunerados, “oportunidades que devem ser criados todos os dias para que os privados possam investir e mudar o “status quo” em Cabo Verde, nos países afro-africanos em todo o continente africano.
A mesma opinião tem o secretário de Estado dos Transportes de Moçambique, Chinguane Mabote, que destacou a localização geoestratégica do país, que o põe na condição de facilitador de transporte e comércio dos países do interland.
“Nós temos uma costa muito longa, de cerca de 2500 km, temos corredores muito importantes que nos dão a experiência, no âmbito dos países lusófonos, de podermos encontrar um meio termo de investimento. Há uma necessidade de fazermos parte deste processo de integração regional, porque só traz aquilo que é complementaridade e traz, acima de tudo, aquilo que são as melhores”, frisou.
Destacou que Moçambique “embarcou para reformas muito estruturadas”, naquilo que seriam as melhores práticas para a boa governação, e garantir a facilitação ou desburocratizar certos processos.
Exemplo dessa facilitação, conforme a mesma fonte, é o Balcão Único, onde qualquer privado, cidadão, colectivo, individual, poderá registar a sua empresa sem ter que passar por vários sectores.
“Estamos a trazer o Governo para perto do privado, a partir das tecnologias de comunicação e informação, estamos a apostar na reestruturação de vários sectores para garantir que as estratégias sejam por responsabilidade do Governo para integrar aquilo que é o desenvolvimento”, explicou.
Concluiu, afirmando que o privado “é o catalisador do desenvolvimento económico e o Governo tem de ser o árbitro”, para garantir que todos tenham acesso à actividade e à exploração de qualquer que seja a área.
NA/ZS
Inforpress/Fim
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