
Santa Maria, 05 Nov (Inforpress) – Um grupo de 40 profissionais de diversas áreas, incluindo bombeiros, técnicos ambientais e parceiros locais participam desde terça-feira, 04, no Sal, num treinamento de salvamento de cetáceos encalhados, numa iniciativa para a conservação marinha e a resposta a emergências.
A formação visa capacitar equipas locais para o resgate seguro e sustentável de golfinhos e baleias encalhados, um incidente que tem vindo a aumentar no arquipélago.
A formação, liderada pela British Divers Marine Life Rescue (BDMLR), uma organização internacional com vasta experiência em mamíferos marinhos, surge em resposta a um “cenário preocupante”.
Desde 2000, Cabo Verde vem registando mais de 70 arrojamentos de cetáceos, com a ilha do Sal a ser das mais afectadas.
Nos últimos quatro anos, foram confirmados 24 casos envolvendo 11 espécies diferentes, o que sublinha a “urgência de uma resposta coordenada e qualificada”.
O curso é uma iniciativa liderada pela Fundação Tartaruga de Boa Vista, com o apoio da Associação Projecto Biodiversidade e das delegações do Ministério de Agricultura e Ambiente (MAA) da Boa Vista e do Sal.
A presidente da Associação Projecto Biodiversidade, Anice Lopes, destacou a importância da iniciativa, que visa capacitar equipas da ilha do Sal para dar um “melhor atendimento” aos animais encalhados para devolvê-los de forma segura e mais sustentável para o mar.
No total, 40 pessoas participaram na formação teórica e prática, esta última que decorreu durante o dia de hoje na praia de Kite Beach.
Além de técnicos da Associação Projecto Biodiversidade e do MAA, o curso contou com a presença de diversos parceiros essenciais na resposta a emergências, incluindo bombeiros municipais, câmaras municipais e escolas de kitesurf.
"Em princípio, todos os formandos que participam dessa capacitação, têm depois de sair daqui, ter a capacidade de dar uma melhor resposta, no caso de encalhes de cetáceos," afirmou Anice Lopes.
O principal objectivo do treinamento é melhorar de forma sustentável o resgate nas ilhas do Sal e Boa Vista, fornecendo competências técnicas e equipamentos especializados.
“No final da formação, os participantes estarão aptos a ajudar no salvamento de mamíferos marinhos, assumir o comando de um grupo de voluntários, orientando-os nos procedimentos básicos de primeiros socorros e ajudar na reflutuação de baleias ou golfinhos utilizando o sistema de pontão insuflável, uma técnica fundamental”, explicou.
Anice Lopes frisou que com esta capacitação, a ambição é ter um grupo de trabalho para quando acontecer esses casos, ter a melhor resposta e o mais rápido possível.
Os participantes que concluíram o curso com sucesso receberão um certificado de participação, comprovando a aquisição de competências teóricas e práticas sobre o resgate de mamíferos marinhos arrojados.
NA/ZS
Inforpress/Fim
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