
Cidade da Praia, 28 Nov (Inforpress) – O Governo anunciou hoje que vai disponibilizar mais de 2,3 milhões de contos para fazer face aos estragos provocados pelas recentes chuvas na região norte de Santiago e que dentro de “poucas semanas” os agricultores começarão a receber subvenções.
Os mais de dois milhões de contos vão ser afectados à parte de infra-estruturas, envolvendo a agricultura as medidas de protecção social e de rendimento.
“O valor global será mobilizado através do Fundo Nacional de Emergência, que foi criado exactamente para esse fim”, disse o ministro da Família, Inclusão Social e Desenvolvimento Social.
Fernando Elísio Freire fez esta revelação numa conferência de imprensa, em que participaram também os ministros da Agricultura e Ambiente e o das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, respectivamente Gilberto Silva e Victor Coutinho.
O Governo, afirmou o ministro da Família, vai aplicar na região de Santiago Norte “exactamente as medidas” que havia adoptado para São Vicente, na sequência da tempestade Erin, em Agosto.
“Em Santiago Norte, daremos maior ênfase à protecção de rendimentos”, sublinhou Fernando Elísio Freire, acrescentando que se trata de medidas de emergência social dirigidas às famílias afectadas pelas chuvas.
Segundo o governante, no terreno puderam notar que no interior de Santiago não há necessidade de realojamento das pessoas, mas que há situações de reabilitação de habitação.
No Tarrafal de Santiago, dez casas precisam ser reabilitadas, enquanto em São Miguel são 24 e em Santa Cruz 15.
Entretanto, o Governo tem “medidas específicas” para a protecção de rendimento dos comerciantes, operadores de pesca, agricultores, criadores de gado e, ainda, para as micro, pequenas e médias empresas e, também, para condutores profissionais.
Fernando Elísio Freire avançou que o seu ministério, através da Direcção-Geral de Inclusão, está neste momento em condições de actuar lá onde for preciso.
Segundo ele, o Ministério das Finanças também vai adoptar planos de protecção de rendimento envolvendo medidas fiscais, enquanto o Ministério da Promoção Empresarial, enfatizou, “também está em condições de avançar com todos os instrumentos”.
Por sua vez, o ministro da Agricultura e Ambiente defendeu que, diante do acontecido no interior de Santiago, é “fundamental” que seja reposto rapidamente o regime torrencial nas ribeiras para que não haja inundações.
Para Gilberto Silva, é necessário também que o leito das ribeiras não seja obstruído com depósito de vegetais, a fim de facilitar o escoamento das águas pluviais.
Na sua perspectiva, é necessária mais “literacia climática”.
“É fundamental que as pessoas tenham hoje em mente que estamos perante uma maior probabilidade de ocorrência de fenómenos extremos meteorológicos e climáticos”, avisou o ministro.
Lembrou que a chuva de Novembro não só caiu, em poucas horas, num volume superior à média anual em Cabo Verde, como também veio fora de época.
“Os cabo-verdianos têm que, agora, ficar acostumados que nós estamos perante estes fenómenos e, portanto, a nossa resiliência reside na prevenção e na capacidade da resposta rápida”, indicou o responsável do departamento governamental de Agricultura e Ambiente.
O ministro das Infraestruturas concorda que há sinais, indicando que devem ser projectadas infra-estruturas “muito mais resilientes” para que o país possa ter “melhor capacidade de respostas”.
Victor Coutinho considera que a maioria das infra-estruturas se comportaram bem perante as fortes chuvas caídas em ilhas como São Vicente, Santiago e São Nicolau.
Instado como seria a Cidade da Praia se tivesse registado a chuva com a mesma quantidade e intensidade que caiu no interior de Santiago, o ministro das Infraestruturas não tem dúvida de que a “catástrofe seria maior”.
“Da forma como ocupamos a cidade, ocupando as encostas das linhas de água, claro que o impacto seria catastrófico. Não tenho dúvida”, referiu Victor Coutinho.
LC/ZS
Inforpress/Fim
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