Cidade da Praia, 15 Mai (Inforpress) – O secretário de Estado para a Inovação e Formação Profissional, Pedro Lopes, desafiou hoje os jovens a explorarem as vantagens e verem a Inteligência Artificial (IA) como uma oportunidade de transformar o país com conhecimento.
O governante lançou o repto em declarações à imprensa, momentos antes da cerimónia de abertura do seminário “Os impactos da Inteligência Artificial no mercado de trabalho”, promovido pelo Observatório do Mercado de Trabalho.
“Toda a gente tem medo da IA, mas os dados mostram que há um saldo líquido positivo, ou seja, vão ser destruídos alguns pós-trabalho, mas vão ser criados muito mais. Eu acho que para esta geração tem a oportunidade de transformar o país com conhecimento e o digital é uma oportunidade da inteligência artificial”, declarou.
Disse que a IA representa igualmente uma oportunidade para as empresas e o sector público serem “mais eficientes”, terem a capacidade para fazer mais e criar com foco na inovação.
O governante considerou ainda importante este assunto ser abordado e explorado e de os jovens serem preparados e munidos de ferramentas para daqui a alguns anos serem produtivos e fazerem a diferença no mercado de trabalho cabo-verdiano.
Adiantou, por outro lado, que está em curso um inquérito para se apurar sobre o nível da literacia digital em Cabo Verde para se saber o nível de literacia digital no país.
“Sabemos que o acesso à Internet é quase 90 acessos por 100 cidadãos, mas é preciso saber o que é que as pessoas fazem com a Internet, se têm a literacia digital, o conhecimento para saber navegar na internet, e estamos a fazer exatamente este estudo, estamos também a fazer um estudo sobre a prontidão digital do sector privado, e estes estudos são importantes para depois nós definirmos políticas públicas”, asseverou.
Por seu turno, o presidente do conselho orientador do Observatório do Mercado de Trabalho e reitor da Universidade de Cabo Verde, Arlindo Barreto, afirmou que a IA tem um impacto “muito grande” no ambiente laboral a nível mundial.
Salientou que em Cabo Verde também já se começa a notar que há profissões em que as pessoas começam a ser quase que dispensáveis porque há a automatização de vários serviços que a IA permite fazer.
Questionado se a questão da ética no uso da IA representa uma preocupação, salientou que o que valida normalmente o conhecimento é a crença na personalidade da pessoa e da entidade que produz os discursos.
“Há logicieis que permitem detectar se um discurso foi completamente produzido ou recuperado a partir da inteligência artificial, mas os próprios especialistas mostraram também que podem criar completamente, fazer um trabalho pessoal e o logiciel às vezes detecta como algo que constitui um plágio, e então isso levanta questões importantes, mas não é uma preocupação muito grande”, disse.
Destacou ainda que as academias têm estado a fazer um “investimento forte” nos debates, indicando que a Universidade de Cabo Verde tem trabalhado “imensamente” sobre essas questões com fóruns, seminários e conferências com especialistas dessas áreas.
“Eu penso que esse é o papel das universidades, das academias, trabalhando, questionando, procurando o melhor caminho para a questão da inteligência artificial e tudo que tem a ver com a questão da internet e das novas tecnologias, porque faz parte da missão das academias”, realçou.
CM/AA
Inforpress/Fim
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