Cidade da Praia, 28 Abr (Inforpress) – O ministro da Indústria, Comércio e Energia disse hoje, na Praia, que Cabo Verde necessita criar condições para o desenvolvimento da indústria, da agricultura e energia para poder reduzir as importações.
Alexandre Monteiro, que falava à imprensa após presidir à primeira reunião do Conselho Consultivo da Comissão Nacional do Comércio (CNC), afirmou que a estratégia para reduzir as importações passa pelo fortalecimento da indústria, da agricultura nacional e da transição energética.
No caso da transição energética, explicou que o país necessita reduzir a dependência de energias fósseis, explicando que “quanto mais energias renováveis, menos importação de energias fósseis”.
“Estamos numa pequena economia aberta ao mundo e temos que potenciar essas oportunidades”, afirmou, referindo-se ao papel crucial dos acordos comerciais, tanto bilaterais quanto multilaterais, na promoção da competitividade do país.
Neste âmbito referiu sobre a turbulência no comércio internacional, destacando as grandes incertezas causadas por tensões entre potências económicas e pela instabilidade geopolítica, sublinhando que tal incertezas impacta de forma “indirecta economias como a de Cabo Verde”.
Neste sentido, avançou que o Governo tem monitorado as mudanças no comércio global e manter o foco na implementação de estratégias para fortalecer a resiliência do país, por meio de reformas e da promoção da diversificação económica.
“Para uma pequena economia como a nossa, a integração económica regional e internacional, por meio de acordos comerciais e da cooperação, é estratégica e merece a nossa atenção e esforço na sua implementação dos acordos comerciais celebrados”, afirmou.
Questionado sobre o impacto dessas incertezas no comércio com os Estados Unidos, esclareceu que, embora o impacto directo das tarifas americanas seja limitado devido ao baixo volume de trocas, existem riscos indirectos associados à inflação global e à desaceleração do crescimento económico mundial, que podem afectar Cabo Verde.
“O peso na nossa importação é de cerca de 2% e não é um domínio que poderá, em termos de influência, nos afectar, mas existem situações em relação à nossa diáspora quanto a vestuários que têm um peso nessa importação, maquinarias, uma parte também em relação a combustíveis”, disse, frisando em 2024 cerca de 4% do volume das suas exportações tiveram como destino os EUA.
As exportações para os Estados Unidos, segundo informou, atingiram o valor anual de cerca de 300 mil contos, tendo como predominação os produtos ligados ao mar (70%), produtos como licores e aguardente (20%) e produtos de panificação (12%).
DV/PC//ZS
Inforpress/Fim
Partager