São Filipe, 04 Jul (Inforpress) – O Centro pós colheita da ilha do Fogo inaugurado há mais de dez anos e que nunca funcionou vai ser operacionalizado no quadro da criação da empresa de logística agrícola que o Governo vai viabilizar.
A informação foi avançada pelo ministro da Agricultura e Ambiente (MAA), Gilberto Silva, que disse ainda que o governo já dispõe de estudos e tem uma proposta em cima da mesa e muito brevemente vai criar uma empresa de logística agrícola para poder integrar todas as infra-estruturas desta natureza e criar novas, numa espécie de rede que permita apoiar não só os produtores, mas também aqueles que se dedicam à comercialização de produtos agrícolas.
O Centro pós colheita da ilha do Fogo, referiu Gilberto Silva, trata-se de uma infra-estrutura que foi criada sem ter um conceito baseado na logística agrícola e sem qualquer planeamento e seria, segundo o mesmo, “muito complicado” colocar e tratar os produtos agrícolas no referido centro.
“Havia necessidade de criar uma empresa para dimensionar todas estas infra-estruturas” advogou Gilberto Silva, assumindo que demorou algum tempo para a sua operacionalização porque o sector agrícola, ao longo dos anos, passou por muitas emergências, nomeadamente secas, o impacto da Covid e guerra, e o Governo teve de se esforçar para mitigar esses fenómenos.
Porém admitiu que agora o seu ministério está “muito comprometido” e muito em breve criará a empresa de logística agrícola, observando que o Governo não pretende fazer isso sozinho, mas contando com a participação de empresas privadas que possam cuidar deste centro no futuro e de uma forma muito sustentável.
Com relação à questão de mobilização de mais água para agricultura e do preço praticado neste momento Gilberto Silva disse que nesta matéria os foguenses conhecem os investimentos realizados pelo Governo, apontando como exemplo tudo que se fez na zona de Monte Genebra, mas também na zona sul em toda a ilha do Fogo na questão da mobilização de água.
A Águabrava faz a distribuição de água para rega e partilha diversas infra-estruturas da rede de água para agricultura com a de abastecimento de água à população, reconhecendo que existem desafios, mesmo em termos contabilísticos, no sentido de melhorar a separação de contas e de procurar formas de tornar a água mais acessível em termos de preço para os agricultores.
“A ilha do Fogo tem um problema que é o da altitude. Os pontos principais de água situam-se a uma altitude muito inferior às zonas de irrigação”, referiu o governante, observando que isso implica o consumo de energia, o que aumenta os custos da exploração da água.
O titular da pasta da Agricultura e Ambiente anunciou a realização de um estudo conjunto no sentido de identificar, não só os principais factores que influem nesta problemática, mas também as principais soluções porque, explicou, “tem de haver soluções para resolver a situação”.
O importante, referiu, é que ao longo do tempo se resolveram muitos problemas relacionados com a água para a agricultura, embora reconheça que ainda há questões relacionadas com o preço da água.
O governante destacou ainda que há muitos perímetros agrícolas que estão em bom estado, sublinhando que a ilha tem um dos maiores investimentos privados na parte relacionada com cultura de estufas e que isso mostra a saúde e a atractividade do próprio sector agrícola.
Hoje, último dia da estada na ilha, o titular da pasta da Agricultura e Ambiente visita as instalações da Empresa Intermunicipal de Águas, Águabrava, as infra-estruturas hidráulicas de Fogo situadas nas zonas norte e sul da ilha, assim como a empresa agropecuária Suifogo e a Queijaria da Cooperativa de Produtos Agropecuários de Cutelo Capado, Coopap.
JR/ZS
Inforpress/Fim
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