São Filipe, 25 Abr (Inforpress) - O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento (CCS), Marcos Rodrigues, destacou hoje o elevado potencial da ilha durante um workshop empresarial, mas alertou para a necessidade de políticas públicas mais eficientes no sector dos transportes.
O workshop empresarial promovido pela Alou e a CCS com os operadores económicos sobre o tema “os desafios e os impactos da tecnologia no seu negócio”, enquadra-se nas festividades do Dia do Município e da Bandeira de São Filipe.
Marcos Rodrigues afirmou que o evento serviu para apresentar novas oportunidades de negócio aos operadores económicos da ilha e discutir estratégias de desenvolvimento, principalmente nos sectores do turismo, agroindústria, produção de vinho e café.
"A ilha do Fogo tem todos os recursos humanos e uma diáspora significativa para se desenvolver, mas falta o envolvimento necessário das políticas públicas", disse o presidente da CCS, que defendeu a necessidade da ilha dispor de um aeroporto internacional.
Marcos Rodrigues comparou a situação com a ilha da Boa Vista, que, segundo o mesmo, só alcançou investimentos significativos após a construção de sua infra-estrutura aeroportuária.
"O Fogo merece e precisa de um aeroporto internacional. Com o aeroporto internacional poderíamos atrair investidores e turistas, além de facilitar a conexão com a diáspora cabo-verdiana", afirmou.
Sugeriu que um aeroporto internacional no Fogo beneficiaria a vizinha ilha Brava, criando um eixo logístico mais eficiente e sublinhou que "os voos internacionais chegariam à ilha do Fogo e as pessoas poderiam seguir para a Brava por mar, dinamizando ambas as ilhas".
O empresário criticou a priorização de obras como o anel rodoviário, defendendo que os investimentos deveriam ter sido direccionados para o aeroporto internacional e que o sector privado impulsionaria o desenvolvimento se houvesse condições logísticas adequadas.
“As estradas, hospitais e escolas viriam naturalmente com o crescimento económico", argumentou Marcos Rodrigues, que destacou que a falta de mobilidade aérea e marítima desestimula investidores.
"Quem vem dos EUA, por exemplo, demora uma semana para chegar à ilha do Fogo, passando pela Praia. Isso é desanimador para negócios e turismo", lamentou.
Quanto ao workshop que abordou desafios como acesso a financiamento e o papel do Estado no apoio aos empreendedores locais, Marcos Rodrigues defendeu a necessidade do fortalecimento do tecido empresarial nacional, porque, explicou, só com geração de riqueza se pode construir um Cabo Verde desenvolvido.
"O desenvolvimento não acontecerá sem resolver a questão da mobilidade. As ilhas com maior potencial, como a do Fogo, devem ser tratadas com prioridade", defendeu Marcos Rodrigues, para quem o workshop empresarial que reuniu empresários, autoridades locais e investidores, reforça a ideia de que a ilha do Fogo está pronta para crescer, mas precisa de infra-estrutura e políticas adequadas para alcançar seu pleno potencial.
“A ilha do Fogo tem potencial e recursos humanos para se desenvolver, mas precisa de decisões políticas que desbloqueiem o seu crescimento e criem as bases para o surgimento da iniciativa privada”.
O presidente da Câmara Municipal de São Filipe, Nuías Silva, que fez o encerramento defendeu o processo de mitigação de descontinuidade territorial pelo estado e criação de mecanismos de compensação dos empresários que estão na periferia e apontou como exemplo que um empresário do Fogo paga mais para o transporte de um contentor da Praia para Fogo do que de Portugal para Praia.
Por sua vez, o coordenador regional da CVTelecom Paulo Semedo realçou a importância da inovação tecnológica nos negócios e sublinhou que a sua empresa fornece as tecnologias necessárias para que os empresários possam ter sucesso nos seus negócios.
JR/ZS
Inforpress/Fim
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