São Filipe, 24 Out (Inforpress) - A Ilha do Fogo pode destacar-se como um potencial laboratório natural para o estudo da adaptação das tartarugas marinhas às mudanças climáticas pelas suas características ambientais únicas, declarou o director-executivo da Associação Projecto Vitó.
À Inforpress, Herculano Dinis disse que as praias de areia negra da ilha, devido à sua composição, proporcionam temperaturas mais elevadas durante a incubação dos ovos das tartarugas, em comparação com outras ilhas do arquipélago e isso pode estar a ajudar a pequena população de tartarugas que desova na ilha a se adaptar às alterações climáticas.
Em colaboração com a Universidade Queen Mary (Inglaterra) foi iniciado este ano um estudo para investigar se essa adaptação está a acontecer, referiu o biólogo Herculano Dinis, para quem a expectativa é que o estudo traga novos dados que confirmem o papel da ilha na conservação dessas espécies, especialmente no contexto das mudanças climáticas.
O responsável do Projecto Vitó apela às autoridades para a conservação das praias e destacou que, pelo menos, durante a temporada de desova não se registou apanha de areias nas praias.
Segundo o mesmo, é necessário resolver o problema dos inertes na ilha, que afecta o equilíbrio ecológico e as áreas costeiras.
“A ilha é Reserva Mundial da Biosfera da Unesco e é importante para a conservação das tartarugas marinhas na perspectiva de mudanças climáticas”, disse Herculano Dinis, que lembrou que a ilha tem potencialidades que todos conhecem ao nível da sua costa, da biodiversidade e turismo.
A questão da extração de inertes é uma prioridade das autoridades nacionais que devem continuar a investir em alternativas sustentáveis para resolver o problema de extração de inertes.
JR/AA
Inforpress/Fim
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