São Filipe, 19 Jun (Inforpress) - O ministro da Saúde defendeu hoje a “necessidade urgente de se reactivar” a Região Sanitária Fogo/Brava, estrutura criada e que “não está a funcionar de forma efectiva”.
Para Jorge Figueiredo, a reactivação da Região Sanitária “é crucial” para garantir uma abordagem integrada e eficiente dos serviços de Saúde nos quatro municípios que compõem a região, nomeadamente São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina, na ilha do Fogo, e o município da ilha Brava.
“Constato nesta visita que a Região Sanitária Fogo/Brava precisa ser reactivada com urgência. É a única forma de termos uma visão global e estratégica sobre as necessidades de saúde da população destas duas ilhas, com a participação efectiva dos municípios”, afirmou Jorge Figueiredo.
O ministro avançou que à semelhança do centro de cuidados paliativos inaugurado há pouco mais de um mês, e que ainda não entrou em funcionamento, a Região Sanitária Fogo/Brava precisa ser reactivada.
Segundo ele, o actual “modelo desarticulado entre municípios” compromete a eficácia das políticas públicas de saúde, especialmente em áreas críticas como a saúde mental, o tratamento do alcoolismo e o combate às doenças crônicas não transmissíveis.
“A visão holística geral sobre a intervenção nestes dois espaços é fundamental e se não o fizermos, estas estruturas funcionarão um pouco desarticuladas, o que não queremos. Precisamos que os municípios assumam uma responsabilidade mais directa e efectiva no funcionamento da Região Sanitária”, declarou o ministro.
Jorge Figueiredo defendeu ainda uma revisão legislativa que permita que os orçamentos municipais tenham impacto directo na operacionalização da Região Sanitária Fogo/Brava.
Sublinhou que “muitas coisas serão melhoradas” como o acompanhamento de saúde mental, tratamento do alcoolismo e doenças crónicas não transmissíveis, além de ter um impacto em toda a saúde da região.
Com relação à saúde mental e a necessidade de um espaço apropriado, o ministro da Saúde destacou a urgência de melhorar a atenção à saúde mental na ilha e em Cabo Verde.
Em declarações à imprensa, Jorge Figueiredo afirmou que pensava já existir um espaço específico para a saúde mental na ilha, mas constatou que a realidade é diferente.
“A saúde mental é uma área extremamente importante, e já abordei esta questão directamente com o presidente da câmara de São Filipe. Precisamos de soluções e espaços para acolher e tratar com dignidade os doentes mentais na ilha do Fogo”, afirmou.
Segundo o ministro, a ilha conta com alguns espaços que podem ser aproveitados para actividades ocupacionais e terapêuticas, fora do ambiente clínico da delegacia de saúde.
Jorge Figueiredo anunciou que será criado um esforço conjunto entre o Ministério da Saúde, o Ministério da Família e a Câmara Municipal de São Filipe para identificar e implementar uma solução estruturada para o tratamento e acolhimento de pessoas com transtornos mentais.
“Pediremos ao presidente da câmara para, em conjunto com a Saúde e o Ministério da Família, encontrar uma solução adequada para dignificar a atenção que os doentes mentais merecem em qualquer parte de Cabo Verde”, finalizou o ministro da Saúde.
JR/AA
Inforpress/Fim
Partilhar