EUA continuam a ser o "maior aliado" da Europa - Kallas

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EUA continuam a ser o "maior aliado" da Europa - Kallas
06/12/25 - 09:45 am

Doha, 06 Dez (Inforpress) - Os Estados Unidos da América continuam a ser o "maior aliado" da União Europeia, afirmou hoje a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, após a nova estratégia de segurança dos norte-americana antecipar o "declínio civilizacional" da Europa.

"Os Estados Unidos continuam a ser o nosso maior aliado… nem sempre concordamos em todas as questões, mas o princípio geral permanece o mesmo. Somos os principais aliados e devemos permanecer unidos", disse a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, quando questionada sobre o documento durante a participação no Fórum de Doha, no Catar.

A Administração norte-americana, liderada pelo presidente Donald Trump, alertou na sexta-feira para o perigo de “extinção civilizacional” da Europa, caso se mantenham as “tendências atuais”, num documento estratégico sobre a segurança nacional dos Estados Unidos da América.

“Se as tendências atuais continuarem, o continente [Europa] vai ficar irreconhecível dentro de 20 anos ou menos”, lê-se no documento de 33 páginas, analisado pela agência de notícias francesa AFP, onde é ainda defendida a “restauração da supremacia” dos EUA na América Latina.

Trump, no prefácio, resume: "Pomos a América em primeiro lugar em tudo o que fazemos".

O documento considera ainda "mais do que plausível que em poucas décadas" os membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na sigla inglesa) sejam predominantemente Estados não europeus e questiona se os países europeus “perceberão o seu lugar no mundo ou a sua aliança com os Estados Unidos, da mesma forma que aqueles que assinaram a carta da organização”.

A Casa Branca lamenta ainda decisões europeias que "minam a liberdade política e a soberania, as políticas migratórias que estão a transformar o continente [Europa] e a criar tensões, assim como a censura à liberdade de expressão e a repressão à oposição política, a queda nas taxas de natalidade e a perda de identidades nacionais".

Washington manifesta desejo de que "a Europa permaneça europeia, recupere sua autoconfiança civilizacional e abandone sua obsessão infrutífera com o sufoco regulatório".

No texto, defende-se que “a era das migrações massivas tem de acabar” e que “a segurança das fronteiras é o principal elemento da segurança nacional [norte-americana]”.

A nova estratégia norte-americana anuncia ainda um “reajustamento” da presença militar dos EUA no Mundo “para responder às ameaças emergentes” e um “afastamento de ‘teatros’ [de operações] cuja importância relativa para a segurança nacional americana diminuiu nos últimos anos ou décadas”.

O documento afirma que “a razão histórica da América para se concentrar no Oriente Médio diminuirá”, frisando a necessidade de esforços para aumentar o fornecimento de energia por parte dos EUA.

Inforpress/Lusa

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