Especialistas africanos debatem ideias para projectar soluções e construir narrativas de esperança no continente

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Especialistas africanos debatem ideias para projectar soluções e construir narrativas de esperança no continente
24/09/25 - 06:50 pm

Cidade da Praia, 24 Set (Inforpress) - Especialistas africanos de diferentes áreas partilham e debatem ideias durante a 6ª Conferência Bienal da African Studies Association of Africa – ASAA2025, para reforçar, projectar soluções e construir narrativas de esperança para a população no continente.

A 6ª Conferência Bienal da African Studies Association of Africa – ASAA2025, para partilha de ideias, reflexões e debates é organizada pela Universidade de Cabo Verde, sob o lema “Respostas Africanas para as Vulnerabilidades Globais: Construindo Esperança para o Futuro”.

O evento continental, que decorre durante três dias na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), reúne académicos, investigadores, artistas, decisores políticos, activistas, arquitectos e cineastas, de vários países africanos, da diáspora e do mundo, e assinala também o 50.º aniversário da Independência Nacional e o Centenário de Amílcar Cabral.

A cerimónia de abertura foi presidida pelo Presidente da República, José Maria Neves.

O reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto, referiu na sua intervenção, que o tema proposto para esta conferência convoca a um duplo movimento de crítica e de criação.

De crítica porque, conforme explicou, é preciso denunciar como as estruturas coloniais e pós-coloniais continuam a enquadrar a África como continente vulnerável, inviabilizando as relações globais de poder que produzem essa mesma vulnerabilidade.

De criação, prosseguiu, porque é na reinvenção epistemológica e cultural, na resistência das comunidades, nas práticas de solidariedade e nas engenharias do cotidiano que a África projecta alternativas que o mundo inteiro precisa conhecer, respeitar e valorizar.

“Esta conferência é, pois, um laboratório de esperança, um espaço onde a ciência dialoga com a arte, onde as vozes jovens se encontram com as vozes experientes, onde o continente se pensa e pensa o mundo”, manifestou.

“Hoje, mais do que nunca, precisamos de uma África situada no centro de debates globais, não como objecto de estudo, mas como produtora de pensamentos, como sujeito epistémico, como lugar de futuro”, concretizou.

Arlindo Barreto concluiu a sua narrativa, mencionando que se a África quer, efectivamente tornar-se mais forte, mais respeitada, tem também de encontrar formas de, na diversidade e pluralidade da sua cultura, erguer-se como “uma força” capaz de fazer valer as suas ambições face a outras regiões do mundo.

Por seu lado, o presidente da Association of African Studies in Africa, Toussaint Kafaïr, disse que esse encontro vai permitir examinar as respostas africanas às vulnerabilidades globais e reforçar esperança para o futuro das populações no continente. 

“Vamos trabalhar juntos, diligentemente, para transformar África em um lugar perfeito, fazer esse sonho uma realidade. Desejo a todos uma experiência transformadora da Conferência da ASAA”, manifestou.

SC/ZS

Inforpress/Fim

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