Emigrante “apropria-se” das redes sociais para formar uma comunidade forte que ajude a “minimizar as amarguras” da nova aventura

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Emigrante “apropria-se” das redes sociais para formar uma comunidade forte que ajude a “minimizar as amarguras” da nova aventura
11/06/24 - 10:39 pm

Assomada, 11 Jun (Inforpress) - Denise Teixeira é uma jovem santacatarinense, de 31 anos, formada em Marketing Turístico, que mesmo estando empregada aqui no país decidiu se aventurar pelos caminhos da emigração por questões familiares.

À Inforpress essa jovem contou que há cerca de seis meses decidiu, por motivos familiares, deixar o seu emprego e mudar para Portugal, país onde fez o seu curso superior e sempre trabalhara nas férias, mas que agora nesse “novo” regresso deparou com situações frustrantes.

Denise Teixeira realçou que mesmo antes de viajar, já tinha promessa de emprego, mas ao chegar não tinha nada disso, sendo “obrigada” a enfrentar todo o processo, primeiramente procurando na sua área e depois em outras áreas, mas deparou com um outro problema por ter uma criança de colo e não conseguiu vaga numa creche para ali colocar o seu filho.

Sem creche, sem familiares por perto para apoiar, Denise não teve outra alternativa a não ser ficar em casa e ser doméstica, uma vida que começou a criar certas “frustrações” até decidir colocar os seus conhecimentos em prática, criando uma página no Instagram (Caminhos) para partilhar conteúdos e histórias.

Um projecto que nasceu no mês de Fevereiro, mas somente no dia 5 de Maio conseguiu colocar no ar o seu primeiro live.

A página, informou, não é nada mais nada menos do que um meio para partilhar histórias de cabo-verdianos que se encontram espalhados pelos quatro cantos do mundo, que têm experiências, que já passaram por maus bocados na nova vida escolhida, mas que conseguiram superar.

Conforme explicou a Denise Teixeira, o que pretende fazer é, de uma forma directa ou indirecta, ajudar os cabo-verdianos que vivem em países estrangeiros a ultrapassarem as barreiras com o sistema educativo, língua, cultura, procura de emprego, principalmente na obtenção de documentos, através da experiência de outros que já passaram por situações idênticas, mas que hoje já resolveram estas pendências.

“O foco é criar uma comunidade de cabo-verdianos emigrados forte, para ter uma base de apoio e informação aos novos que querem emigrar, mas também a outros que já emigraram e até ainda vivem ou enfrentam situações difíceis”, disse a jovem, reforçando que a vida da emigração “não é fácil”, principalmente se não houver interajuda de alguma forma.

“Em cada país existem associações ou comunidades de emigrantes, mas muitas vezes as pessoas que chegam de novo não têm as devidas informações e algumas coisas acabam por se passar”, sublinhou a jovem, que diz que o projecto não vai parar, mas que também não vai desistir de procurar um emprego para fazer fora de casa.

Questionada em que países pretende focar, realçou que em todos onde é possível encontrar cabo-verdianos, salientando que tem recebido várias mensagens em off de cabo-verdianos em diversos cantos, mas que dizem ainda não ter coragem de contar o lado duro da emigração.

Para finalizar pede a todos que não desistam dos seus sonhos, mas também aos “amigos” que estão em Cabo Verde que não abandonem os outros, porque, segundo sublinhou, muitas vezes tentou a sua rede de amigos que deixou em Cabo Verde, mas não teve sucessos e é nesses momentos que se precisa de suporte.

MC/JMV
Inforpress/Fim 

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