
Cidade da Praia, 24 Set (Inforpress) – O Presidente da República (PR) José Maria Neves asseverou hoje que a diversidade cultural e identitária africana deve ser encarada como uma força e não como uma fragilidade.
José Maria Neves fez essas considerações na cerimónia de abertura da 6.ª Conferência Bienal da African Studies Association of Africa – ASAA2025, organizada pela Universidade de Cabo Verde, a que presidiu, sob o lema “Respostas Africanas para as Vulnerabilidades Globais: Construindo Esperança para o Futuro”.
O evento continental, que decorre durante três dias na Universidade de Cabo Verde (UNI-CV), reúne académicos, investigadores, artistas, decisores políticos, activistas, arquitectos e cineastas de vários países africanos, da diáspora e do mundo, e assinala também o 50.º aniversário da Independência Nacional e o Centenário de Amílcar Cabral.
Considerando que este será um espaço de imaginação do futuro, o mais alto magistrado da Nação, entende que mais do que identificar problemas, importa projectar soluções e construir narrativas de esperança, valorizar a história, reconhecendo o legado dos heróis, como Amílcar Cabral, que ensinaram que a luta pela libertação é também uma luta intelectual.
“A diversidade cultural e identitária africana deve ser encarada como uma força e não como uma fragilidade”, reiterou.
Por outro lado, apontando as vulnerabilidades globais desde as alterações climáticas, secas prolongadas, escassez de água, desertificação, entre outras, José Maria Neves denotou que em Cabo Verde, a aposta em energias renováveis, em sistemas agrícolas resilientes à seca e em projectos de protecção ambiental demonstra que é possível, mesmo em condições adversas, construir modelos de desenvolvimento sustentáveis e inovadores.
Ainda, considerando que a economia global, marcada por desigualdades estruturais, crises financeiras e dependência excessiva de mercados externos, tem colocado a África numa situação de grande fragilidade, José Maria Neves realçou que apesar das adversidades, a África tem demonstrado uma “notável” capacidade de resposta.
Para ele, o futuro será tanto mais promissor quanto mais se conseguir integrar vozes diversas e promover a justiça social.
“Precisamos construir narrativas inclusivas, que promovam a igualdade de género, o empoderamento das mulheres, a participação activa da juventude e o respeito pelas tradições locais. O carácter interdisciplinar desta conferência é um exemplo a seguir”, assinalou.
Nesta medida, observou que reunir especialistas das ciências sociais e humanas com cientistas das áreas da tecnologia, engenharia e matemática, cria-se uma “base sólida” para encontrar soluções abrangentes e inovadoras.
“Os debates que aqui se realizarem devem inspirar políticas públicas, projectos comunitários e iniciativas de cooperação”, concluiu, exortando os participantes a multiplicarem, nas suas instituições e comunidades, os conhecimentos partilhados e as ideias geradas ao longo destes dias.
“Que desta conferência surjam parcerias académicas, redes de investigação, programas de intercâmbio e projectos inovadores capazes de transformar as nossas realidades”, finalizou.
SC/HF
Inforpress/Fim
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