Dia Internacional de Prostitutas: “Percepção” dos praienses é a de que o número de prostitutas tende a aumentar

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Dia Internacional de Prostitutas: “Percepção” dos praienses é a de que o número de prostitutas tende a aumentar
02/06/24 - 10:49 am

Cidade da Praia, 02 Jun (Inforpress)- A maioria das pessoas ouvida hoje pela Inforpress, na Praia, no Dia Internacional das Prostitutas, considera que o número de mulheres que se dedicam à prostituição como forma de sustentar a família tem aumentado, devido à crise.

Em conversa com alguns homens e mulheres sobre o tema, a maioria partilha da opinião de que a diminuição do poder de compra, provocada, sobretudo, pela crise que assola o mundo está a levar a que muitas pessoas se enveredam pelo mundo da prostituição.

Carla Tavares (nome fictício), funcionária e mãe de dois filhos, admitiu que se dedica à prostituição para pagar contas, porque o dinheiro que recebe no seu trabalho não chega para sustentar a casa.

Outra entrevistada, que também pediu para não ser identificada, diz que prostitui, não só apenas para pagar as despesas básicas, mas também pela vaidade. 

 "Vejo meus colegas a comprarem roupas, sapatos, a adquirir bens diversos, a viajar, e eu como não trabalho, é na prostituição que consigo adquirir essas coisas”, explicou.

A mesma fonte disse que já está neste ramo há 10 anos, mas que não pretende sair para fazer outro trabalho, porque se sente bem e tira mais lucro do se estivesse a trabalhar num outro ramo e esperar até o fim do mês para receber.

Dos homens ouvidos pela nossa reportagem, a maioria não condena esta prática. É o caso do Paulo Semedo (nome fictício) que admite procurar as prostitutas com regularidade e confessa que boa parte delas são mulheres casadas ou comprometidas. 

Paulo afirma que, ao questionar estas mulheres, porque mesmo casadas ou comprometidas andam a prostituir-se, estas afirmam que os maridos não conseguem sozinhos sustentar a casa e disponibilizar dinheiro para cuidados pessoais, como saúde e beleza.

Pelo que se apurou, muitas mulheres dedicam-se à prostituição para pagar contas básicas, mas também para sustentar o luxo e vaidade que que por outras vias não conseguem. 

O Dia Internacional da Prostituta é uma data comemorativa, que lembra a discriminação das prostitutas, as suas condições precárias de vida e de trabalho e a sua exploração. O ponto de partida para esse dia comemorativo foi o dia 2 de junho de 1975, ano em que mais de 150 prostitutas ocuparam a Igreja Saint-Nizier em Lyon, França, a fim de chamar a atenção para a sua situação.

DG/JMV

Inforpress/Fim
 

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